terça-feira, 17 de julho de 2007

17 de Julho de 2007, 10 anos da queda de Suruagy

10 anos da queda de Suruagy... mas a ditadura ainda é da cana

Neste ano de 2007 faz 10 anos da queda do então Governador de Alagoas Divaldo Suruagy, velho representante da oligarquia alagoana. Com a mobilização de amplos setores da classe trabalhadora, em especial, o funcionalismo público que amargava meses e meses de salários atrasados, o dia 17 de julho de 1997 ficou marcado na história de Alagoas. Mas após 10 anos, de fato a situação não mudou. No popular, “mudaram-se as moscas, mas a merda continua”. Sintomático é que neste ano tivemos uma destacada greve dos servidores da saúde, da educação em especial, e também da policia civil. Motivo? O recém governador empossado Teotônio Vilela cortou ajustes salariais, alegando que o Estado não tem condições de pagar.

É uma bolha pronta pra estourar, e certamente quem leva a pior são os trabalhadores. A raiz de toda alegada crise financeira do Estado pode ser encontrada de maneira mais imediata nos sucessivos acordos firmados entre Estado e usineiros. O mais famoso deles, o firmado no Governo Collor ao final na década de 80, eximiu repasse de ICMS, calculado em torno de R$1,5 bilhão.

O setor canavieiro continua a ditar as regras do jogo. Um setor que em 2005 faturou R$2 bilhões, tendo somente 3,5% deste montante destinado ao pagamento do corte de cana, o que lhe confere lucros exorbitantes. Ainda assim, a retórica de crise do setor e de certa “vocação” de Alagoas para a produção de açúcar e álcool, continua a valer como blindagem ideológica para o saque e a espoliação aos trabalhadores alagoanos, desde sua força física até seus sonhos por dignidade.

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