quarta-feira, 20 de fevereiro de 2008

Ciclo de Debates Anarquista


Tema:
Federalismo e Autogestão como meta de organização social e política
28/02, 17:30h - Bloco 13/Ufal

domingo, 10 de fevereiro de 2008

Contra a corrupção estrutural: independência de classe e organização

Contra a corrupção estrutural...
independência de classe e organização

Peculato, estelionato, porte ilegal de armas e formação de quadrilha foram delitos que figuras tradicionais da classe política e elite alagoana foram indiciados. Envolvidos em esquema de desvio de verba da Assembléia Legislativa do Estado (ALE) na ordem de R$200 milhões em 5 anos, vem a conhecimento público um verdadeiro crime organizado com a participação desde ex-governador (Manoel Gomes de Barros) ao presidente da própria ALE, o deputado (e pistoleiro) Antônio Albuquerque.

Passado alguns meses, o que tem ficado é uma realidade de impunidade, complacência e cinismo. O escândalo da corrupção na ALE é apenas uma representação da ligação e articulação existente entre a elite oligárquica e as instâncias do poder público alagoano, que promove um histórico cenário de completa privatização dos cofres “dito” públicos aos níveis mais extremos.

Com esse histórico, ainda que a notícia ganhe repercussão ampla e imediata, pouco comove. As práticas de “toma lá, dá cá” e de subserviência na lei ou na bala, permanecem sem arranhões. Em um estado onde cerca de 240 mil famílias alagoanas estão no “bolsa-família”, a corrupção nas instâncias do poder público de fato não entra como sua pauta de urgência. A “ira” parece ficar por conta de setores de classe média, mais concentrados na capital Maceió. Mas de maneira geral apenas parece, pois esta vive de servilismo e conveniência política. Aqui a ira vira hipocrisia.

Para quem pensa em projeto de classe e opera para sua construção, entendemos que é preciso levantar como princípio, na organização dos movimentos de base e populares, a independência de classe. Sem ela, não se cria um povo forte e decidido, não se forja alternativas e fica à mercê das políticas e dos “consensos ideológicos” que vem da direita.

Um destes “consensos ideológicos” é considerar a Assembléia Legislativa como a “casa do povo”. Ora, casa do povo é onde o povo se reconhece enquanto tal. É na periferia, no batente, na enxada, no cimento e no suor. Para dar expressão política e conteúdo classista a essa identidade, só na orientação da luta pelas organizações de base com independência de classe frente ao Estado e suas instâncias. Sem isso não há alternativas e com isso podemos ir ao escracho público daqueles que nos oprimem por séculos.

todos ao escracho!!

Coletivo Anarquista Zumbi dos Palmares
Alagoas, fevereiro de 2008