tag:blogger.com,1999:blog-53102736040718409172024-03-04T23:41:11.383-08:00CAZP - FAOUnknownnoreply@blogger.comBlogger58125tag:blogger.com,1999:blog-5310273604071840917.post-57050442143751528222010-04-27T16:53:00.000-07:002010-04-27T16:54:43.541-07:00Mudança de endereçoEstamos mudando para <a href="http://cazp.wordpress.com">cazp.wordpress.com</a>Unknownnoreply@blogger.com3tag:blogger.com,1999:blog-5310273604071840917.post-27611724500328862882010-03-18T08:39:00.000-07:002010-03-18T08:46:04.236-07:00Debates sobre lutas e conjunturas<a onblur="try {parent.deselectBloggerImageGracefully();} catch(e) {}" href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEggPG2g7wRktB2Qx9rK2K4ixoSUE2rqX8iDDvzYWJMp7Jexsqkg0xuaGWK57oRYhrnj2GcfbwzHmjKwKP_f2wWC1I0cATpkxIMm-7AbaSlZl_Ks9ZNQOWbkq8sUJ1idYJtU3SV92AO9haus/s1600-h/cartaz+-+debates+sobre+lutas+e+conjunturas.jpg"><img style="float: left; margin: 0pt 10px 10px 0pt; cursor: pointer; width: 230px; height: 320px;" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEggPG2g7wRktB2Qx9rK2K4ixoSUE2rqX8iDDvzYWJMp7Jexsqkg0xuaGWK57oRYhrnj2GcfbwzHmjKwKP_f2wWC1I0cATpkxIMm-7AbaSlZl_Ks9ZNQOWbkq8sUJ1idYJtU3SV92AO9haus/s320/cartaz+-+debates+sobre+lutas+e+conjunturas.jpg" alt="" id="BLOGGER_PHOTO_ID_5449999582199993730" border="0" /></a><br />Nos dias 1 e 2 de abril estaremos realizando no CEU-RUA (Pç. Sinimbu) a atividade "Debates sobre lutas e conjunturas", que contará com a presença de companheiros da BA, CE, PE, além de companheiros de Delmiro Gouveia (AL).<br /><br />Haverá também no local a banca de livros da editora e cooperativa Faísca.Unknownnoreply@blogger.com12tag:blogger.com,1999:blog-5310273604071840917.post-67506593633323183032010-03-07T17:17:00.000-08:002010-03-21T08:22:55.885-07:00[CAZP] Alagoas e a contrução do Poder Popular<div style="text-align: center;"><span style="font-weight: bold;">ALAGOAS E A CONSTRUÇÃO DO PODER POPULAR</span><br /><span style="font-style: italic;">Documento Teórico-Estratégico Anarquista</span><br /><span style="font-weight: bold;">Coletivo Anarquista Zumbi dos Palmares</span><br />Março 2010<br /></div><br /><span style="font-weight: bold;">I. Apresentação</span><br /><br /><span style="font-weight: bold;">II. Formação sócio-espacial e elementos econômicos e políticos</span><br />a) colonização, povoamento e formação de Alagoas<br />b) a monocultura canavieira na economia alagoana<br />c) disputas intraclasse, controle do Estado e perfil político da elite alagoana<br /><br /><span style="font-weight: bold;">III. Luta, lutadores e oprimidos de nossa história</span><br />a) resistência indígena<br />b) palmares das alagoas<br />c) cabanada alagoana<br />d) movimento dos trabalhadores rurais<br />e) primeiros passos do movimento operário-urbano<br /><br /><span style="font-weight: bold;">IV. Pensando uma perspectiva e estratégia de Poder Popular desde Alagoas</span><br />a) o periférico e particular: desafio teórico, importância estratégica-prática<br />b) métodos de luta e a organização dos oprimidos –<br /> a opção federalista e autogestionária do Poder Popular<br />c) conhecer o terreno da luta e resgatar nossa memória e rebeldia<br /><br /><span style="font-weight: bold;">V. Bibliografia</span><br /><br /><div style="text-align: center;"><span style="font-weight: bold;">-X-</span><br /></div><div style="text-align: center;"><div style="text-align: justify; font-weight: bold;"><br /></div><div style="text-align: justify;"><span style="font-weight: bold;">Para ler o documento, </span><a style="font-weight: bold;" href="http://www.4shared.com/file/246063964/de9ab108/CAZP_-_Alagoas_e_o_Poder_Popul.html">baixe o arquivo aqui</a><span style="font-weight: bold;">.</span> (novo link)<br /><br /></div></div>Unknownnoreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-5310273604071840917.post-78688110268900789262010-03-07T15:09:00.000-08:002010-03-07T15:16:41.961-08:00[CAZP 8 ANOS] Saudação<div style="text-align: justify;"><span style="font-weight: bold;">CAZP: 8 anos de História e de luta!</span><br /></div><br /><div style="text-align: justify;">A vontade de aprofundar o conhecimento sobre anarquismo e a curiosidade referente à como pôr tais idéias em prática coletivamente, foram os motores na junção e permanência para algumas pessoas manterem-se reunidas em torno de uma mesma bandeira. Esses foram os passos iniciais em que se formou o <i style="">Coletivo Anarquista Zumbi dos Palmares (CAZP)</i>. Desde os primeiros momentos nos encontros, enfrentando as mais diversas adversidades, seja a falta de um lugar que garantisse a concentração e privacidade para as reuniões até a falta de um auxílio como referencial político-teórico-organizacional, a necessidade de intervirmos de forma modéstia, porém, como anarquistas, na luta de classes, sempre foi nosso objetivo e desafio. E lá se vão 8 anos de História e de luta! Trajetória formada com erros e acertos, algo típico de qualquer grupo com compromisso militante.<br /><br />Foram, mais ou menos, 3 anos para começarmos a consolidar nossos princípios, práticas e responsabilidade coletiva, agora, como organização. O ano de 2005 é este marco. Foi neste ano que assinamos a Carta de Intenções do Fórum do Anarquismo Organizado (FAO) e, desde então, temos nos dedicado com afinco a esta construção. Esta, que se afirma baseada no federalismo, na ação direta e na solidariedade classista; estes que, são princípios e, como tal, inegociáveis. Desta forma, procuramos conhecer o nosso chão, com o objetivo permanente de fincar raízes, porém, em constante coordenação e sintonia com demais organizações anarquistas do Brasil e de nossa latino-america, onde a realidade nos é mais próxima.<br /><br />Temos a convicção de que por mais longo que seja, com obstáculos e as mais diversas tentativas de vencimento pelo cansaço; estamos no caminho certo. A História já nos mostrou que a classe trabalhadora já optou por alternativas de se pegar atalhos e, estes, levaram-na a edificação Estados autoritários e centralistas. Certos de nossos princípios, respaldados por nossa memória e pelo total respeito a tantos de nós que tombaram lutando e acreditando em nossa ideologia, não poderia ser diferente: nós anarquistas continuamos negando tais atalhos. Buscamos a transformação radical da sociedade, não apenas no âmbito econômico, mas social, político, cultural, ético. Deste modo, sem um povo que seja forte, não conseguiremos vitória.<br /><br />Acreditamos que a liberdade só pode ser construída e consolidada pela própria liberdade. Aqui fica explícito nosso total acordo com Bakunin, que já no século XIX afirmava esta premissa. E que, hoje, continua tão atual quanto ontem. Verborragia ácida, auto-proclamação ou formas autoritárias de organização não resultam em um povo forte, no máximo, pode resultar em uma boa propaganda de sua própria organização, não muito mais que isso. Portanto, afirmamos em nossa Declaração de Princípios que: "se a grande maioria de um movimento social não for protagonista de suas próprias lutas esse projeto não está com consistência e há muito ainda o que fazer". Tentamos dar uma pequena contribuição a nossa classe e a nossa ideologia com nossa militância comprometida e coordenada.<br /><br />Este momento reflete parte de nosso acúmulo e estamos muito felizes por compartilharmos e nos confraternizarmos em comemoração a esses 8 anos, com companheiras e companheiros que, de alguma forma, fizeram e fazem parte dessa História. Reafirmamos a firmeza com nossos princípios, além de nossa responsabilidade coletiva e nosso compromisso militante em lutarmos pela construção do Poder Popular desde agora e a partir da terra de Palmares. Esse é apenas mais um passo, de fato, bem modesto, no entanto, assim como toda caminhada, outros passos virão. E assim devemos seguir rumo à liberdade. Anarquismo é luta!<br /></div>Unknownnoreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-5310273604071840917.post-78845195515703861122010-02-20T21:02:00.000-08:002010-02-27T11:11:25.201-08:00[CAZP 8 ANOS] Alagoas e a construção do Poder Popular<a onblur="try {parent.deselectBloggerImageGracefully();} catch(e) {}" href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEh_X-Jmex49zIKMm8emmZiNm1NVEWpOucZ4h4NEZxuFTOORTKT9P-Q2YSrfFUgo7k4NalwSepxJh-5DtmJeV6yhvg4fWPSm9EjRuo9S6yTCRtlTX1oEDF49XyzhVCJ2gGeg56ubxeqL8S0-/s1600-h/cartaz+-+8+anos+e+alagoas+ok.jpg"><img style="margin: 0pt 10px 10px 0pt; float: left; cursor: pointer; width: 227px; height: 320px;" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEh_X-Jmex49zIKMm8emmZiNm1NVEWpOucZ4h4NEZxuFTOORTKT9P-Q2YSrfFUgo7k4NalwSepxJh-5DtmJeV6yhvg4fWPSm9EjRuo9S6yTCRtlTX1oEDF49XyzhVCJ2gGeg56ubxeqL8S0-/s320/cartaz+-+8+anos+e+alagoas+ok.jpg" alt="" id="BLOGGER_PHOTO_ID_5440560676318694546" border="0" /></a><br /><div style="text-align: justify;">O Coletivo Anarquista Zumbi dos Palmares (CAZP) completa agora em março 8 anos realizando debate, com lançamento de material e uma singela confraternização com comes e bebes.<br /><br />Fazemos o convite a todos os companheiros e companheiras de luta. Aproveitando a data estaremos debatendo e lançando o documento "Alagoas e a construção do Poder Popular" sintetizando alguns debates a respeito da realidade alagoana, de nossos lutadores e de que maneira concebemos um processo de transformação social pensado desde a nossa realidade.<br /><br />05/03 (sexta-feira) às 17h.<br />Local: Sintufal, no Centro.<br /><br />Haverá também banca de livros da editora <a href="http://www.alquimidia.org/faisca">Faísca</a>!<br /></div>Unknownnoreply@blogger.com1tag:blogger.com,1999:blog-5310273604071840917.post-76485326641325185882010-01-10T18:20:00.000-08:002010-01-10T18:22:55.672-08:00Recortes de Conjuntura, janeiro 2010.<p style="color: rgb(0, 0, 0); font-family: arial;" class="ecxecxecxmsonormal"><span style="font-size:100%;"><i><span style="font-size: 10pt;">Coletivo Anarquista Zumbi dos Palmares, Alagoas.</span></i><span style="font-size: 10pt;"></span></span> </p><p style="color: rgb(0, 0, 0); font-family: arial;" class="ecxecxecxmsonormal"><br /></p><p class="ecxecxecxmsonormal" style="text-align: justify; color: rgb(0, 0, 0); font-family: arial;"><span style="font-size:100%;"><b><span style="font-size: 10pt;">1. Internacional</span></b></span><br /></p><p class="ecxecxecxmsonormal" style="text-align: justify; color: rgb(0, 0, 0); font-family: arial;"><span style="font-size:100%;"><span style="font-size: 10pt;">a) O ano de 2009 foi marcado inicialmente por um </span><span style="font-size: 10pt;">“pânico mundial”</span><span style="font-size: 10pt;">, motivado pela crise econômica. No entanto, essa crise, ao que parece, não teve a repercussão que se imaginava. Tanto a classe dominante como a esquerda não souberam prever a extensão do que estava por vir. </span><span style="font-size: 10pt;">Todavia, a crise gerou</span><span style="font-size: 10pt;"> a demissão de milhões de trabalhadores no mundo todo, principalmente no setor industrial e um socorro a instituições financeiras no valor de bilhões de dólares, com desculpa de não deixar a <span>crise se</span> propagar.</span></span></p><p class="ecxecxecxmsonormal" style="text-align: justify; color: rgb(0, 0, 0); font-family: arial;"><span style="font-size:100%;"><span style="font-size: 10pt;">b) Evidente que passamos por um período de turbulência, mas não na mesma proporção do que se pensava. Banqueiros continuaram ganhando e provavelmente arrumaram um jeito de ganhar mais ainda com essa crise, sendo poucos os que realmente abriram falência ou coisa desse tipo. No caso do Brasil, temos como emblemático a questão da Embraer, antiga estatal, que demitiu milhares de trabalhadores, mas no fim do ano divulgou mais uma alta taxa de lucro com venda de novos aviões.<br /></span></span></p><p class="ecxecxecxmsonormal" style="text-align: justify; color: rgb(0, 0, 0); font-family: arial;"><span style="font-size:100%;"><span style="font-size: 10pt;">c) Pra quem serviu a crise? Até mesmo os países que demonstravam encolhimento econômico, já estão se recuperando. </span><span style="font-size: 10pt;">Certo é que a</span><span style="font-size: 10pt;"> recuperação dos empregos não foi na mesma proporção das demissões (a nível mundial) e os recontratados perderam alguns benefícios que tinham antes. Os banqueiros que jogaram na ciranda Financeira a custa do trabalho do povo provocaram todo o início da crise, receberam a ajuda financeira e saíram ilesos. Não são considerados culpados pela crise e, principalmente, através da mídia nos introjetam um discurso de que não poderia ser diferente. Mesmo com os grandes capitalistas defendendo um controle mínimo do Estado em seus negócios, toda vez que as coisas escapam do seu controle lá está o Estado para injetar o dinheiro da população mundial em seus cofres. </span><span style="font-size: 10pt;"></span></span></p><p class="ecxecxecxmsonormal" style="text-align: justify; color: rgb(0, 0, 0); font-family: arial;"><span style="font-size:100%;"><br /><span style="font-size: 10pt;"></span></span> </p><p class="ecxecxecxmsonormal" style="text-align: justify; color: rgb(0, 0, 0); font-family: arial;"><span style="font-size:100%;"><span style="font-size: 10pt;">d) O que de particular ocorre nessa crise e no cenário que já vem se desenhando antes mesmo dela ocorrer é uma maior importância dos países ditos emergentes, como o Brasil, China, Rússia, África do Sul, Índia, México, etc. Ou seja, os antigos membros de parte do que era chamado segundo e terceiro mundo. </span><span style="font-size: 10pt;">O crescimento econômico dessas nações não implica na melhoria, em termos significativos, do acesso material pela maioria da população desses países. Alguns países, como por exemplo a China, não deixaram de ter índices altos de crescimento mesmo no pior momento da crise. Mas a classe oprimida desses países continua oprimida e <span>possui</span> baixos índices de desenvolvimento humano. <br /></span></span></p><p class="ecxecxecxmsonormal" style="text-align: justify; color: rgb(0, 0, 0); font-family: arial;"><span style="font-size:100%;"><span style="font-size: 10pt;">e) Uma conjuntura particular vive a América Latina, onde vários países estão com governos com origem na esquerda tradicional do continente, alguns com uma postura de crítica e um certo embate contra a política internacional dos EUA e os organismos ligados a ele. Entre esses países temos a Venezuela, Bolívia e Equador. O problema é que isso significa um retrocesso de boa parte dos movimentos sociais que acabam girando em torno de uma lógica legalista para manter o poder que se empenharam tanto em conseguir. Alguns passaram literalmente para o lado de lá. Nos países como a Venezuela, o fato de a esquerda estar no poder significa a ilusão de mudanças em uma perspectiva por dentro do Estado. Mas não podemos desprezar a grande mobilização popular que ocorre nesses países, o que nos dá esperança na capacidade de mobilização do povo latino americano, que cada vez mais precisa acreditar em suas pernas e braços e menos nas instituições. </span></span> </p><p class="ecxecxecxmsonormal" style="text-align: justify; color: rgb(0, 0, 0); font-family: arial;"><span style="font-size:100%;"><span style="font-size: 10pt;">f) Como era de se esperar com a eleição de Obama, não se alterou a relação imperialista que a nação mais poderosa do mundo tem para com o restante da Humanidade. Mesmo sem ter feito nada de concreto em benefício da humanidade, ganhou o prêmio Nobel da paz e logo em seguida anunciou o envio de mais tropas pro Afeganistão. Os discursos são mais amenos, mas a atitude é na sua essência a mesma. Como por exemplo no caso do Golpe de Honduras, quando condenou publicamente o golpe, mas não fez nada para impedi-lo e suspeita-se que </span><span style="font-size: 10pt;">tenha</span><span style="font-size: 10pt;"> trabalhado nos bastidores para garantir a deposição do antigo presidente. Não podemos esquecer que Honduras serviu de plataforma do governo ianque para neutralizar as guerrilhas na América central nos anos 70 e 80. Essas relações perduram até hoje, independente do presidente de turno. No capitalismo, as instituições são maiores <span>do que as pessoas que estão a sua frente</span>. Apesar da brava resistência da população contra o golpe, a direita conseguiu manter a deposição do antigo presidente até fazerem uma eleição forjada e colocar uma pessoa da sua confiança. O Brasil teve destaque em todo o processo por ter refugiado o ex-presidente na sua embaixada. Apesar de ter posição dura contra o golpe não pôde ir mais além dos limites impostos pela imprensa reacionária brasileira e não ferir interesses internacionais. A razão é que essa atitude poderia causar uma certa instabilidade na imagem que o Brasil vem construindo: a de governo de origem de esquerda</span><span style="font-size: 10pt;">, mas</span><span style="font-size: 10pt;"> obediente e fiel aos ditames neo-liberais internacionais. </span></span> </p><p class="ecxecxecxmsonormal" style="text-align: justify; color: rgb(0, 0, 0); font-family: arial;"><span style="font-size:100%;"><span style="font-size: 10pt;">g) No final do ano tivemos uma semana de discussões na Dinamarca sobre o aquecimento global. Mais uma vez os países ricos (maiores poluidores) colocaram os lucros da classe dominante acima da saúde do planeta e colocaram em cheque a sobrevivência da humanidade. Isso no dá cada vez mais certeza da urgência da superação desse modelo que precisa poluir e desperdiçar para se reproduzir.</span></span> </p><p class="ecxecxecxmsonormal" style="text-align: justify; color: rgb(0, 0, 0); font-family: arial;"> <span style="font-size:100%;"><span style="font-size: 10pt;"> </span></span></p><p class="ecxecxecxmsonormal" style="text-align: justify; color: rgb(0, 0, 0); font-family: arial;"><span style="font-size:100%;"><span style="font-size: 10pt;"> </span></span> </p><p class="ecxecxecxmsonormal" style="text-align: justify; color: rgb(0, 0, 0); font-family: arial;"><span style="font-size:100%;"><b><span style="font-size: 10pt;">2. Nacional </span></b></span> </p><p class="ecxecxecxmsonormal" style="text-align: justify; color: rgb(0, 0, 0); font-family: arial;"> <span style="font-size:100%;"><span style="font-size: 10pt;"> h) A “crise” também teve repercussão no Brasil, que mesmo não tendo recessão econômica, teve que cortar alguns gastos em favor daqueles que especulam no mercado financeiro. O fundo de participação dos municípios foi cortado e atingiram os Estados mais pobres e que mais dependem deles</span><span style="font-size: 10pt;">, lesando</span><span style="font-size: 10pt;"> diretamente inúmeros funcionários públicos e a população que depende de seu serviço. O que se gastou com ajuda aos banqueiros é maior que o aumento de recursos reivindicado pelos movimentos sociais da saúde para o setor via aprovação da EC 29. </span></span> </p><p class="ecxecxecxmsonormal" style="text-align: justify; color: rgb(0, 0, 0); font-family: arial;"><span style="font-size:100%;"><span style="font-size: 10pt;">i) O governo atravessou a crise mundial e ao escândalo do senado que envolvia um de seus maiores aliados (Sarney) com </span><span style="font-size: 10pt;">altos índices de popularidade</span><span style="font-size: 10pt;">. Aliás, com a maior popularidade que um presidente já teve na história do Brasil. Com a camada da população mais sofrida dependendo da bolsa família, pela simbologia que o populismo representa para o povo, o governo conseguiu sair da crise por cima, apesar do esforço de boa parte da imprensa reacionária. </span></span> </p><p class="ecxecxecxmsonormal" style="text-align: justify; color: rgb(0, 0, 0); font-family: arial;"><span style="font-size:100%;"><span style="font-size: 10pt;">j) Ter um governo </span><span style="font-size: 10pt;">“populista”</span><span style="font-size: 10pt;"> com toda a carga histórica de esquerda que ele representa cria confusão e ainda deixa boa parte do movimento social imobilizado diante da cooptação frente as instituições estatais. Não há dúvidas que existem diferenças entre esse governo ou outro que poderia ser representado pelo PSDB, mas o eixo econômico neoliberal é o mesmo. Mesmo no tocante à repressão aos movimentos sociais, que seria mais forte em outros governos, percebe-se que o governo tem apoio de inúmeros MS, mas age com muito pouco empenho no que se refere, por exemplo, a violência no campo, pois possui em ministérios representantes da bancada ruralista. Esse fato serviu para imobilizar o avanço da </span><span style="font-size: 10pt;">“reforma agrária”</span><span style="font-size: 10pt;">. </span></span> </p><p class="ecxecxecxmsonormal" style="text-align: justify; color: rgb(0, 0, 0); font-family: arial;"><span style="font-size:100%;"><span style="font-size: 10pt;">k) Vemos o Brasil se encaminhar para as disputas eleitorais de 2010 sem que se tenha definido o nome da oposição que irá enfrentar a representante do atual governo. A certeza é que o eixo central estará mantido, o que mudará é o algoz do povo.</span></span> </p><p class="ecxecxecxmsonormal" style="text-align: justify; color: rgb(0, 0, 0); font-family: arial;"><span style="font-size:100%;"><span style="font-size: 10pt;">l) Certeza mesmo é que praticamente todos os agrupamentos da esquerda e os movimentos sociais que eles influenciam estarão voltados para as eleições ano que vem. Seja moderando o discurso e fazendo alianças com setores conservadores, sejam diminuindo as lutas e servindo de ridículos frente à população nacional. </span></span> </p><p class="ecxecxecxmsonormal" style="text-align: justify; color: rgb(0, 0, 0); font-family: arial;"><span style="font-size:100%;"><span style="font-size: 10pt;">m) O Brasil foi escolhido para sediar a copa e as olimpíadas. O dinheiro que será gasto nessa obras com certeza será, em sua maior parte, público. O mesmo dinheiro que sempre é negado no que se refere a reivindicações da saúde, meio ambiente, educação ou funcionalismo público.</span></span> </p><p class="ecxecxecxmsonormal" style="text-align: justify; color: rgb(0, 0, 0); font-family: arial;"><span style="font-size:100%;"><span style="font-size: 10pt;">n) Também devemos destacar que os lutadores e lutadoras do povo continuam se articulando para reverter essa conjuntura nos quatro cantos do Brasil. Essa luta travada diariamente encontra muitas resistências por parte do sistema opressor. </span><span style="font-size: 10pt;">Citamos aqui dois casos, envolvendo companheiros anarquistas. Um é a</span><span style="font-size: 10pt;"> invasão da sede da Federação Anarquista Gaúcha por parte da polícia, que munida de mandatos judiciais, responderam duramente a uma campanha que a FAG fazia contra a política corrupta e assassina do governo do Rio Grande do Sul. Alguns companheiros sofreram indiciamento e vários materiais foram apreendidos. </span><span style="font-size: 10pt;">Outro é</span><span style="font-size: 10pt;"> o assassinato do professor e anarquista Chrystian Paiva, que participou de várias mobilizações de sua categoria contra o governo estadual de Roraima, despertando a ira dos poderosos e sendo brutalmente assassinado pela polícia, a qual, de forma muito tosca, forjou um suicídio que foi vendido pela mídia. Apesar de tudo, nos mantemos de pé e caminhando e se estamos incomodando é porque estamos no caminho certo. </span></span> </p><p class="ecxecxecxmsonormal" style="text-align: justify; color: rgb(0, 0, 0); font-family: arial;"><span style="font-size:100%;"><span style="font-size: 10pt;"> </span></span> </p><p class="ecxecxecxmsonormal" style="text-align: justify; color: rgb(0, 0, 0); font-family: arial;"><span style="font-size:100%;"><span style="font-size: 10pt;"> </span></span> </p><p style="color: rgb(0, 0, 0); font-family: arial;" class="ecxecxecxmsonormal"><span style="font-size:100%;"><b><span style="font-size: 10pt;">3.</span></b><b><span style="font-size: 10pt;"> Estadual</span></b><b><span style="font-size: 10pt;"> </span></b></span> </p><p class="ecxecxecxmsonormal" style="text-align: justify; color: rgb(0, 0, 0); font-family: arial;"><span style="font-size:100%;"><span style="font-size: 10pt;">o) Apesar de toda exposição pública que sofreram os deputados taturanas em decorrência de seu indiciamento pela polícia federal acerca do desvio de verbas da assembléia legislativa, eles conseguiram retornar para seus antigos cargos. E mesmo perdendo forças nas últimas eleições municipais, continuam vivos e influentes na vida pública. Devemos festejar a possibilidade de esses casos virem ao público com maior facilidade do que em outras épocas, não nos surpreendemos com a vagarosidade da justiça em julgar essa quadrilha e constatamos que ainda falta muito para que o povo possa passar da indignação para uma verdadeira ação nesse caso. Somente dessa forma, poderíamos colocar o poder desses parlamentares em perigo. </span></span> </p><p class="ecxecxecxmsonormal" style="text-align: justify; color: rgb(0, 0, 0); font-family: arial;"><span style="font-size:100%;"><span style="font-size: 10pt;">p) O governo estadual continua sua trajetória de um governo perfeitamente neoliberal, característica marcante de seu partido. Cortando gastos no governo e mesmo reduzindo a dívida do Estado de maneira considerada, não atendeu a qualquer negociação de vários movimentos dos servidores estaduais, deixou a situação da saúde e educação piorarem </span><span style="font-size: 10pt;">e cada vez mais entrega Alagoas ao Banco Mundial.</span></span> </p><p class="ecxecxecxmsonormal" style="text-align: justify; color: rgb(0, 0, 0); font-family: arial;"><span style="font-size:100%;"><span style="font-size: 10pt;">q) Alagoas vem liderando as </span><span style="font-size: 10pt;">taxas</span><span style="font-size: 10pt;"> mais negativas do país, e o que tem causado maior repercussão são os índices de criminalidade. Se antes éramos conhecidos apenas pela violência política, agora estamos impregnados da violência urbana. Esse processo inicia na verdade no começo da década de 90 (a crise no setor dos usineiros) que levou milhares de pessoas incharem a periferia das grandes cidades (como Maceió e Arapiraca), em condições precárias de vida e que <span>desemboca</span> na explosão de violência que vivemos hoje. </span></span> </p><p class="ecxecxecxmsonormal" style="text-align: justify; color: rgb(0, 0, 0); font-family: arial;"><span style="font-size:100%;"><span style="font-size: 10pt;">r) As articulações políticas para o ano que vem nos trazem um cenário cômico numa perspectiva sádica. Um mesmo bloco pode agrupar desde setores tradicionais da esquerda que cada vez mais se vende (PT e PCdoB), aos aliados regionais de Lula, como Renan e Collor e </span><span style="font-size: 10pt;">um dos maiores representantes</span><span style="font-size: 10pt;"> da burguesia estadual, <span>que é João</span> Lyra. Por mais que rumores falem que o bloco não sairá mais, a possibilidade concreta dele existir já </span><span style="font-size: 10pt;">é <span>de causar vergonha para quem ainda acredita nesses partidos como alternativa de mudança.</span></span></span> </p><span style="color: rgb(0, 0, 0); font-family: arial;font-family:Times New Roman;font-size:100%;" ><span style="font-size: 10pt;">s) Seja quem estiver no </span><span style="font-size: 10pt;">governo</span><span style="font-size: 10pt;">, a nossa esperança estará na possibilidade de luta. O povo alagoano, eternamente humilhado, terá que encontrar uma alternativa popular, se espelhando no seu passado de resistência cabana, caeté e quilombola. </span></span>CAZPhttp://www.blogger.com/profile/08022017421837205687noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-5310273604071840917.post-64100741165649059872009-12-12T21:07:00.000-08:002009-12-12T21:23:56.849-08:00[BOLETIM CAZP] dez-09 (textos)<div style="text-align: right;">BOLETIM CAZP – dez/09<br /></div><br /><div style="text-align: justify;"><div style="text-align: center;"><span style="font-weight: bold;">PELO RESGATE DE UM SINDICALISMO MILITANTE</span><br /><span style="font-weight: bold;">é na luta que se constrói Poder Popular</span><br /></div><br /><span style="font-weight: bold;">Situação atual</span><br /><br /></div>Ultimamente temos visto um movimento sindical bem menos participativo do que já foi um dia. As direções sindicais, em sua grande maioria, burocratizadas e institucionalizadas, vêem a participação da base se esvair. Logicamente que a culpa não é somente do movimento sindical, vivemos num mundo cada vez mais individualista, onde a competição se sobrepõe à solidariedade, mas os erros cometidos na trajetória recente do movimento dos trabalhadores têm que ser apontados na perspectiva de buscar sua superação.<br /><br />No começo da década de 80, com o enfraquecimento da linha dura da ditadura, tivemos grandes mobilizações tanto no movimento sindical, como em diversos outros movimentos sociais. Houve o nascimento da CUT, baseada em alguns princípios que favoreciam um movimento forte e construído pela base. Com o passar dos anos, houve um engessamento desta Central, com o crescimento de posições conservadoras e menos questionadoras. A proximidade com a política parlamentar e a disputa de cargos no Estado por militantes sindicais, cujo partido hegemônico na central optou por essa linha política, implicou numa flexibilização cada vez maior no programa original. Decisões importantes eram cada vez mais articuladas pelas cúpulas em detrimento da base.<br /><br />Hoje, alguns sindicatos e centrais têm estruturas enormes, com diversos recursos materiais, mas precisam pagar pessoas para carregar bandeiras em suas manifestações. Os trabalhadores escolhem seus representantes, mas não participam das decisões quotidianas de seu sindicato.<br /><br />Existem tentativas de se organizar o movimento sindical hoje, algumas com muito discurso, mas tropeçando em erros cuja trajetória apontará para os mesmos problemas que já enfrentamos. Outras não fazem questão de mudar nada, mas apenas garantir sua fatia de influência política ou estão meramente interessadas no imposto sindical, que atrela o movimento ao Estado e compromete a sua capacidade de pressão.<br /><div style="text-align: justify;"><br /><span style="font-weight: bold;">Movimento de verdade se faz pela base</span><br /><br />Se nos é colocada a possibilidade de recomeçar, uma coisa tem que prioritariamente estar clara: não devemos cometer os mesmos erros. Para nós, anarquistas, o sindicato é instrumento da classe trabalhadora. Esse instrumento serve para articular lutas imediatas, mas balizadas pela mudança necessária e radical do paradigma de sociedade em que vivemos.<br /><br />Numa conjuntura propícia os movimentos sociais (incluindo os sindicatos) seriam espaços nos quais se organizaria o povo na transformação social de nossa sociedade. No momento atual, o sindicato tem que ser reflexo das lutas da classe trabalhadora, que devem emanar do local de trabalho. A ação direta, a solidariedade de classe e a autogestão formam lutadores. E mais importante que obter conquistas imediatas é o despertar da consciência de que foi através do esforço coletivo, sem intermédios, que determinada vitória fosse possível. <br /><br />Essa construção não deverá ser nada fácil, mas temos a convicção que esse é o único caminho efetivo que levará a reorganização dos trabalhadores numa perspectiva libertadora. No começo podemos contar com poucas pessoas interessadas, já que a maioria muitas vezes está cansada de tanta ilusão e alienada ideologicamente por nossa sociedade de consumo. A luta é grande, mas é imprescindível que comece pelo local de trabalho. É nesse espaço que nos vemos como trabalhadores, que sentimos na pele nossos problemas e que devemos traçar estratégias para nossa luta. A política do sindicato tem que ser conseqüência do conjunto de mobilizações nesses espaços que funcionam impulsionados pela lógica da democracia direta.<br /><br />Denominamos como sindicalismo revolucionário essa lógica de se organizar: participativa, radicalmente questionadora e impulsionada por uma necessidade de mudança geral da sociedade. O sindicato deve ser aberto ao conjunto da classe trabalhadora que o representa, independentemente de sua opção ideológica. No seu interior as disputas devem acontecer, desde que impulsionadas pela construção da luta e não pelo desejo de aparelhamento por parte de organizações políticas. Os sindicatos não podem ser reflexos da política de partidos.<br /><br />O aparelhamento de sindicatos é um dos principais responsáveis pela crise vivida hoje, que pode ser combatida com a participação crescente da base. Não esperemos que a maioria esteja mobilizada para começarmos. A maioria se fará na medida em que nossa luta for efetiva, mas os espaços têm que ser abertos e agregadores.<br /><br /><span style="font-weight: bold;">Sindicalismo que constrói Poder Popular </span><br /><br />A prática do sindicalismo revolucionário faz parte de um projeto maior. A construção do Poder Popular. O empoderamento do povo permite um questionamento do sistema e nos faz forte frente ao Capital. A organização pelos locais de trabalho, de moradia e de estudo nos permite fazer frente aos governos e patrões. Construir a saída dos problemas que nos afligem nos faz ver os limites do sistema e fará despertar a consciência de que nossas necessidades somente serão atingidas de forma plena em outro paradigma de sociedade.<br /><br />Mas pra que de fato o sindicalismo possa contribuir na construção do Poder Popular é preciso também resgatar valores e práticas esquecidas. Fazer um sindicalismo que se volta a sua base, mas que também costura luta e solidariedade com outros movimentos, sem, inclusive, se achar dotado de maior importância. Um sindicalismo que também busca identificação na comunidade a qual se insere, indo até mesmo além de suas pautas trabalhistas.<br /><br /><div style="text-align: center; font-weight: bold;">-x-<br /></div><br /><div style="text-align: center;"><span style="font-weight: bold;">O sindicalismo revolucionário no início do século XX</span><br /></div><br />No começo do século XX o Brasil, assim como outros cantos do mundo (principalmente Europa, EUA e América Latina), vivia momento de grande agitação e mobilização. Era a época que na maior parte desses lugares haviam uma influência importante, quando não majoritária, do sindicalismo revolucionário. Trabalhadores com extensas cargas horárias de trabalho (podia chegar até 15h diárias) conseguiam se mobilizar e participavam ativamente do dia a dia do sindicato, que muitas vezes era encarado como sua segunda casa. As lutas eram mais massivas e emanavam das decisões da base, tudo balizado por um projeto bastante claro de ruptura social. Por mais que as reivindicações fossem imediatas estava claro para os trabalhadores a necessidade de mudanças radicais que viesse superar o capitalismo.<br /><br />No Brasil vivíamos a época da Confederação Operária Brasileira (COB), que organizou várias greves (entre elas a primeira greve geral, de 1917). Responsáveis pela conquista em vários locais de melhorias salariais, redução de jornada, combate ao trabalho infantil. Movimentos radicalizados em todo Brasil, que muito colaborou com a conquista de vários direitos trabalhistas que gozamos ainda hoje. Sem intermédio de políticos e sem a participação no parlamento.<br /><br />Em Alagoas tivemos a Federação Operária Alagoana, filiada a COB. Teve importante participação nas lutas dos trabalhadores de nosso estado. Destaque para o ano de 1913, com intensas greves, organizada pelos trabalhadores da indústria têxtil, alfaiates, sapateiros, trapicheiros, estivadores, carroceiros e outros. Destaque para a greve nas industrias têxteis da companhia Progresso e Cachoeira, que teve intensa participação da Federação e conseguiu arrancar diversas concessões da patronal.<br /><br /><span style="font-weight: bold;"><span style="font-style: italic;">Personagem histórico: Antônio Canellas</span></span><br /><br />Um importante militante do sindicalismo revolucionário brasileiro foi o anarquista Antônio Canellas. Carioca de nascença, mas que, vindo do Recife, militou ativamente no movimento dos trabalhadores em Alagoas. Autodidata, editou em terras alagoanas o jornal “A Semana Social”. Perseguido pela repressão, teve que fugir, voltando para o Rio de Janeiro, onde continuou sua militância no movimento operário.<br /><br />Antônio Canellas também foi um dos que terminou formando o PCB, sendo o primeiro militante brasileiro a ir à Rússia pós revolução para participar da III Internacional Comunista. Lá cometeu o “crime” de discordar dos Bolcheviques, na ocasião representados na figura de Trotsky. Seu espírito libertário não havia sido apagado e ele não pode concordar com as orientações monopolíticas e teóricas a ser seguido pelos PC´s mundo a fora. Resultado: foi, orgulhosamente, o primeiro militante expulso do então PC brasileiro.<br /><br /><div style="text-align: center; font-weight: bold;">-x-<br /></div><br /><div style="text-align: center;"><span style="font-weight: bold;">TODA SOLIDARIEDADE À FAG</span><br /><br /></div>Na tarde do dia 29 de Outubro a Federação Anarquista Gaúcha (FAG) teve a sua sede, localizada no centro de Porto Alegre, batida pela polícia civil. Munidos de um mandato de busca e apreensão de materiais referentes às denúncias da responsabilidade pelo assassinato do sem-terra Eltom Brum e corrupção junto a venda do Rio Grande do Sul ao Banco Mundial que a FAG vinha deflagrando contra a atual governadora gaúcha, Yeda Crusius (PSDB), os policiais levaram não só CPUs, backups e cartazes associados ao motivo da queixa, bem como atas e outros documentos políticos da organização. Outro mandato foi ainda direcionado para a residência de um companheiro na cidade de Gravataí onde materiais semelhantes foram apreendidos.<br /><br />O inquérito da Polícia Civil gaúcha terminou por indiciar oito militantes da FAG por crime contra a honra, incitação ao crime e formação de quadrilha ou bando. É notório que trata-se de repressão política tentando calar a voz de um importante setor da esquerda gaúcha que vem atuando na campanha “Fora Yeda!” deste estado com independência de classe.<br /><br />O Coletivo Anarquista Zumbi dos Palmares mostrar-se solidário à Federação Anarquista Gaúcha (FAG). Demonstramos nosso repúdio à atual representação do governo do Rio Grande do Sul, em nome de Yeda Crusuis, a mandante da ação. Não nos mostraremos intimidados diante de qualquer crime covarde de perseguição e repressão vindo de poderosos corruptos aliados ao Banco Mundial! Banco Mundial que aqui em nossas terras também tem dado as diretrizes políticas para o governo de Téo Filho, também do PSDB. Os projetos do capital transcendem as fronteiras, assim como nossa luta e solidariedade.<br /><br />SOMOS TODOS ELTOM BRUM!<br />FORA YEDA!<br />NÃO TÁ MORTO QUEM PELEIA!<br /><br />cazp@riseup.net</div>Unknownnoreply@blogger.com1tag:blogger.com,1999:blog-5310273604071840917.post-70473463203058659752009-11-21T18:29:00.000-08:002009-11-21T18:34:57.466-08:00Ciclo de Debates: Estado e repressão política<a onblur="try {parent.deselectBloggerImageGracefully();} catch(e) {}" href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjD9rIaPIrxHHzN8oHyTLe4mv0Te6R7Z5TrTLGc0izw9KAxiTBSFko_rEuFjRP1LMO1cH2Ev534Do8VzlhK55D1zkSs48HBvV14T_XUOKsxUJt3zCJh1rsFzQyBe0iYYPEdibsouwNvpSPv/s1600/CDA+-+nov-09.jpg"><img style="margin: 0pt 10px 10px 0pt; float: left; cursor: pointer; width: 225px; height: 320px;" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjD9rIaPIrxHHzN8oHyTLe4mv0Te6R7Z5TrTLGc0izw9KAxiTBSFko_rEuFjRP1LMO1cH2Ev534Do8VzlhK55D1zkSs48HBvV14T_XUOKsxUJt3zCJh1rsFzQyBe0iYYPEdibsouwNvpSPv/s320/CDA+-+nov-09.jpg" alt="" id="BLOGGER_PHOTO_ID_5406750025854729378" border="0" /></a>Unknownnoreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-5310273604071840917.post-6273764450053763572009-11-07T16:08:00.000-08:002009-11-07T16:10:38.761-08:00[FAG] Crônica sobre o ataque sofrido<h3 class="post-title entry-title"> <a href="http://www.vermelhoenegro.co.cc/2009/11/protesto-nao-e-crime-nenhum-passo-atras.html">PROTESTO NÃO É CRIME, NENHUM PASSO ATRÁS</a> </h3> <div style="text-align: justify;"><em><span style="font-family: "Trebuchet MS",sans-serif;">Crônica do ataque policial-estatal sofrido pela FAG</span></em><br /></div><div style="text-align: justify;"><em><span style="font-family: "Trebuchet MS",sans-serif;">Sábado 31 de outubro de 2009, Porto Alegre – RS, Brasil</span></em><br /></div><div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: justify;"><span style="font-family: "Trebuchet MS",sans-serif;"><em>A</em> Federação Anarquista Gaúcha (FAG) agradece fraternalmente a solidariedade que está sendo manifestada e reafirma seus princípios frente ao ocorrido no dia 29 de Outubro, em Porto Alegre. Homens e mulheres livres, dotados de ideais e certos do direito que tem de expressá-los política e socialmente seguem íntegros.</span><br /><br /><span style="font-family: "Trebuchet MS",sans-serif;">Na tarde do dia 29 de Outubro foi deflagrada a execução pela Polícia Civil do Rio Grande do Sul de dois mandados judiciais (Justiça Estadual) de busca e apreensão na sua sede pública em Porto Alegre e no endereço de hospedagem do site vermelhoenegro.org na cidade de Gravataí. Em tais ordens constava o recolhimento de material impresso de propaganda, computador (CPU) e demais objetos relacionados à queixa criminal. Os agentes do Estado inicialmente tentaram arrombar o portão conforme testemunho de vizinhos do local, já que a sede estava fechada naquele momento. Após a entrada no local, mediante a leitura do mandado, iniciaram a busca no interior do imóvel por cartazes, boletins informativos e demais documentos ao mesmo tempo em que desligaram o telefone, alegando que durante aquela execução não se pode usar tal meio. O agravante é que além do cartaz requerido pela ordem judicial, no qual a governadora é responsabilizada junto à Brigada Militar (polícia militar estadual) pelo assassinato de Eltom Brum da Silva, levaram o estoque de arquivo de outras produções impressas de opinião política e informação, como um arquivo de cartazes reivindicando a saída da governadora e denunciando a ingerência do Banco Mundial no seu projeto político. Este material é parte da campanha pública deflagrada pela FAG dentro do contexto de uma ampla campanha de mobilização sindical e popular que vem se desenvolvendo há pelo menos um ano neste estado. </span><br /></div><div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: justify;"><span style="font-family: "Trebuchet MS",sans-serif;">Na tarde do dia 29 de Outubro foi deflagrada a execução pela Polícia Civil do Rio Grande do Sul de dois mandados judiciais (Justiça Estadual) de busca e apreensão na sua sede pública em Porto Alegre e no endereço de hospedagem do site vermelhoenegro.org na cidade de Gravataí. Em tais ordens constava o recolhimento de material impresso de propaganda, computador (CPU) e demais objetos relacionados à queixa criminal. Os agentes do Estado inicialmente tentaram arrombar o portão conforme testemunho de vizinhos do local, já que a sede estava fechada naquele momento. Após a entrada no local, mediante a leitura do mandado, iniciaram a busca no interior do imóvel por cartazes, boletins informativos e demais documentos ao mesmo tempo em que desligaram o telefone, alegando que durante aquela execução não se pode usar tal meio. O agravante é que além do cartaz requerido pela ordem judicial, no qual a governadora é responsabilizada junto à Brigada Militar (polícia militar estadual) pelo assassinato de Eltom Brum da Silva, levaram o estoque de arquivo de outras produções impressas de opinião política e informação, como um arquivo de cartazes reivindicando a saída da governadora e denunciando a ingerência do Banco Mundial no seu projeto político. Este material é parte da campanha pública deflagrada pela FAG dentro do contexto de uma ampla campanha de mobilização sindical e popular que vem se desenvolvendo há pelo menos um ano neste estado.</span><br /></div><div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: justify;"><span style="font-family: "Trebuchet MS",sans-serif;">Conforme comunicado pelos agentes da Polícia Civil o processo está embasado na queixa de injúria, calúnia e difamação contra a FAG movido pela governadora Yeda Crusius (PSDB) referente ao termo “assassina” publicado em panfletos, cartazes e página web. Também foram apreendidos outros documentos não relacionados ao fato, assim como uma coleção de discos de arquivo de backup e do próprio CPU. Perguntavam por armas e drogas, numa tentativa clara de nos criminalizar assim como sobre quem toma as decisões, quem são os responsáveis, como funciona a FAG, se tem registro jurídico formal enquanto associação ou entidade. Buscavam também, com um segundo mandado semelhante o endereço e o responsável pela página do site da internet, havendo uma ameaça clara de cerceamento da liberdade de expressão também neste veículo assim como da tentativa de criminalização do seu responsável técnico, o qual não foi localizado. O responsável pelo endereço físico do portal foi levado à 17ª delegacia e apreendido neste local – em Gravataí (Região Metropolitana de Porto Alegre) também o CPU do seu computador, um palm-top de uso pessoal e arquivos de documentos antigos da FAG, que permaneceram lá guardados ao longo dos anos, como cartazes, revistas e informativos diversos.</span><br /></div><div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: justify;"><span style="font-family: "Trebuchet MS",sans-serif;">No total, a repressão política impetrada pela governadora terminou identificando e levando para interrogatório a quatro pessoas. As oitivas se deram na 17ª delegacia de Polícia Civil em Porto Alegre, agora seguindo o inquérito, possível indiciamento e posterior processo judicial contra os indivíduos identificados e responsabilizados pela referida campanha pública de difusão de opinião, em nome da FAG, sobre o assassinato de um companheiro do MST na fazenda Southall em São Gabriel (Fronteira Oeste), ocorrido em 21 de agosto deste ano. Reiteramos porém que não apenas os ditos materias ofensivos foram apreendidos, mas vários arquivos de textos e discos, documentos políticos, atas de encontros e reuniões, inclusive objetos já descartados caracterizados como lixo e também que a ameaça de exclusão do site vermelhoenegro.org está clara. Assim, alertamos a todas as companheiras e companheiros, incluindo aqueles que se solidarizam conosco, cientes do motivo caso sejamos excluídos, ou melhor, censurados, em nossa página na internet. </span><br /></div><div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: justify;"><span style="font-family: "Trebuchet MS",sans-serif;">O episódio do assassinato do sem-terra Eltom Brum da Silva, a luta de idéias, a propaganda e agitação produzidas pela FAG sobre os fatos motivaram a queixa de injúria, calúnia e difamação que resultaram em busca e apreensão do material difundido na semana seguinte ao dia 21 de Agosto de 2009. Em São Gabriel, no sul do país, o colono Sem Terra foi covardemente morto com um tiro de calibre 12 pelas costas, havendo inclusive relatos discordantes quanto ao responsável direto pela morte. Este fato é fundamental, já que uma pergunta que fazemos é: independente da patente daquele que segurava a arma com munição letal e da sua intenção ou dolo, não são os governantes os responsáveis pelas polícias e demais instituições do Estado? </span><br /></div><div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: justify;"><span style="font-family: "Trebuchet MS",sans-serif;">No topo da cadeia hierárquica são os governadores dos estados brasileiros os chefes máximos das polícias estaduais (Civil e Militar), portanto é a governadora Yeda Crusius no Rio Grande do Sul, assim como seria em qualquer outro estado do país, a responsável direta por qualquer ato de seus comandados diretos. Mas há ainda outras considerações importantes. As políticas públicas implementadas pelos governos são também responsabilidade de quem as define e executa, mais uma vez representado no seu chefe, o governador. Não somente a fato do assassinato de um Sem Terra em 2009, caracterizado pela própria mídia tradicional como político, mas também as conseqüências das políticas para a educação e saúde públicas, da criminalização da pobreza nas periferias urbanas e no campo, assim como sobre os movimentos sociais e sindicatos são bandeiras legítimas que vários setores do povo organizado vêm levantando a mais de ano contra este governo. Não há casos isolados, mas um endurecimento dos dispositivos de criminalização e repressão brutal a todos estes setores, como por exemplo, na greve dos bancários e dos professores estaduais em 2008 e a tentativa de criminalização da oposição dos servidores públicos liderada pelo CPERS-sindicato, de longa trajetória de lutas. Não podemos tampouco omitir o processo político deflagrado junto ao Ministério Público estadual contra o MST, uma conspiração de Estado, também com o firme propósito de criminalizá-lo.</span><br /></div><div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: justify;"><span style="font-family: "Trebuchet MS",sans-serif;">Outro agravante deste governo são os efeitos a curto, médio e longo prazo do empréstimo com o Banco Mundial, por exemplo, a tentativa de venda da Pampa para os interesses das papeleiras, a prevalência do agronegócio sobre a agricultura familiar e o financiamento direto e indireto dos grupos e corporações nacionais e multinacionais. Enfim, se aplica o plano estratégico neoliberal para o RS publicamente conhecido na agenda 2020 e estas metas são responsabilidades de todos os que compõem o governo com funções políticas (1º, 2º e 3º escalão) e principalmente da governadora Yeda Crusius, evidente defensora do seu projeto de governo, ou melhor, do projeto das elites que a sustentam e dos interesses que estas representam.</span><br /></div><div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: justify;"><span style="font-family: "Trebuchet MS",sans-serif;">Não ignoramos o papel das classes dominantes como agentes decisivos na política e da sua influência no jogo de interesses que caracterizam os governos de turno do estado do RS. Aqui estão presentes os interesses dos latifundiários e do agronegócio e toda sua cadeia depredatória, como a indústria da celulose, o deserto verde, a exploração das reservas de água, a tentativa de criminalização do MST, o fechamento das escolas itinerantes dos acampamentos, etc.. . Também estão em jogo os interesses daqueles que vivem do roubo sistemático contra o povo, da corrupção institucionalizada, da banca estelionatária e criminosa, da velha ordem de tirar vantagem, de desprezar o povo e fundamentalmente seus direitos e sua capacidade de rebelar-se. São inúmeras as denúncias e evidências de corrupção escandalosa assim como foram muitas as tentativas de desqualificar e impedir os sindicatos, as categorias e movimentos sociais de manifestarem seu repúdio, sua opinião.</span><br /></div><div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: justify;"><span style="font-family: "Trebuchet MS",sans-serif;">A política de retirada de direitos dos trabalhadores, muitos deles conquistados orgulhosamente com muito combate desde os sindicatos de resistência há mais de cem anos, não é exclusividade do governo Lula. Aqui no RS o governo Yeda Crusius tomou e vem tomando várias medidas de cerceamento, repressão e criminalização contra os professores estaduais e seu o sindicato (CPERS), assim como de seus dirigentes. As escolas públicas estaduais passaram a ser um negócio entre o governo e organizações privadas, as fundações educacionais, verdadeiras cloacas de dinheiro público com sua lógica de gestão e seus interesses, onde quem ganha são os de sempre e quem perde é o povo. As conquistas de décadas de lutas das categorias dos trabalhadores da educação vêm sendo combatidas arduamente pela atual política para a educação no governo estadual, antes também personificado na figura de Mariza Abreu, ex-secretária de educação, logo também responsável pelas conseqüências do projeto que defende.</span><br /></div><div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: justify;"><span style="font-family: "Trebuchet MS",sans-serif;">O CPERS junto a vários outros sindicatos dos serviços públicos estaduais organizados no Fórum dos Servidores e com diversos setores dos movimentos populares, sindical e estudantil vem denunciando e posicionando-se contrários publicamente a essas políticas e suas conseqüências. A campanha, chamada “Fora Yeda”, na qual somamos esforços, é onde está contextualizada a luta de propaganda e agitação que motiva o processo contra a FAG.</span><br /></div><div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: justify;"><span style="font-family: "Trebuchet MS",sans-serif;">Queremos registrar a solidariedade que foi manifestada prontamente por vários companheiros, entidades, sindicatos, veículos de comunicação alternativos, da comissão de direitos humanos do MST, do Cpers-sindicato na presença de sua presidente e vice já em nossa sede durante a operação policial, assim como da disponibilização das assessorias jurídicas deste e de outros sindicatos. Temos a solidariedade como um princípio e estamos enaltecidos com tantas manifestações que recebemos e certamente seguiremos recebendo de tantos estimados companheiros, como as já manifestadas pela Confederação Geral do Trabalho (CGT-Espanha) e nossa co-irmã, a Federação Anarquista Uruguaia (FAU).</span><br /></div><div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: justify;"><span style="font-family: "Trebuchet MS",sans-serif;">Nos exemplos de Sacco e Vanzetti reafirmamos que a natureza criminal das classes dominantes, suas elites dirigentes, do sistema capitalista seguirá colidindo com o antagonismo e a vigência de nossas lutas, de nossos princípios e acima de tudo do direito a liberdade pelo qual seguiremos peleando. Com um olhar firme no horizonte libertário que buscamos, com a dignidade de combatentes e a solidariedade com as classes oprimidas, aos povos que lutam, suas ânsias por construir desde o presente caminhos rumo a uma nova sociedade, nenhum passo atrás é a palavra de ordem.</span><br /></div><div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: justify;"><span style="font-family: "Trebuchet MS",sans-serif;">Que a ofensa feita a um seja a luta de todos!</span><br /></div><div style="text-align: justify;"><span style="font-family: "Trebuchet MS",sans-serif;">Pelo socialismo e pela liberdade,</span><br /></div><div style="text-align: justify;"><span style="font-family: "Trebuchet MS",sans-serif;">Não tá morto quem peleia!</span><br /></div><div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: justify;"><span style="font-family: "Trebuchet MS",sans-serif;">Federação Anarquista Gaúcha</span><br /></div><span style="font-family: "Trebuchet MS",sans-serif;">Contato: </span><a href="mailto:fag.solidariedade@gmail.com"><span style="font-family: "Trebuchet MS",sans-serif;">fag.solidariedade@gmail.com</span></a>Unknownnoreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-5310273604071840917.post-55865253859449581872009-10-30T18:40:00.000-07:002009-10-30T18:41:25.141-07:00Solidariedade a FAG!!<span class="titulo"><b>TODA A SOLIDARIEDADE PARA COM A FAG! ANTES A REPRESSÃO FOI CONTRA O SEM TERRA ELTOM, HOJE É NA SEDE DA FAG, AMANHÃ QUEM SERÁ???</b></span><br /><p class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt;"><span style="font-size: 10pt; color: navy; font-family: Arial;">A REPRESSÃO DO GOVERNO YEDA FOI ALÉM DO ESPERADO. DOIS COMPAS FORAM PROCESSADOS E RESPONDERÃO A UM PROCESSO DE PARTE DE UM GOVERNO ACUSADO DE DEZENAS DE CRIMES, E ALVO DE INVESTIGAÇÕES FEDERAIS <st1:personname productid="EM SEQÜÊNCIA. ATÉ A REPRESSÃO" st="on">EM SEQÜÊNCIA. ATÉ A REPRESSÃO</st1:personname> DO ESTADO LIBERAL-BURGUÊS VÊ A ESTA GESTÃO COMO SUSPEITÍSSIMA. YEDA ALEGA INVESTIGAR UMA PROPAGANDA CONTRA A SUA HONRA PESSOAL, MAS NA VERDADE, QUER É DEFENDER A SUA GESTÃO ENTREGUISTA, LACAIA, REPRESSORA, ANTI-POVO E CORRUPTA! <o:p></o:p></span></p><br /><br /><p class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt;"><span style="font-size: 10pt; color: navy; font-family: Arial;">A POLÍCIA CIVIL DO RS LEMBROU SEUS TEMPOS DE DOPS (DOS QUAIS NUNCA ESQUECEU!) E, APREENDEU DOCUMENTOS INTERNOS DA FEDERAÇÃO ANARQUISTA GAÚCHA, INCLUINDO OBJETOS DE USO PESSOAL. INTIMOU TAMBÉM AQUELES QUE MESMO OFERECENDO APENAS A SUA SOLIDARIEDADE – OU PRESTANDO SERVIÇO COMO TRABALHADOR AUTÔNOMO - CONSTAVAM DE REGISTROS DA PÁGINA DE INTERNET DA ORGANIZAÇÃO. NÃO BASTASSE A APREENSÃO DA CPU E DO BACK UP DO COMPUTADOR, LEVARAM DOCUMENTOS INTERNOS (COMO ATAS DE REUNIÕES, DOCUMENTOS DE DEBATES), MATERIAL DE PROPAGANDA PÚBLICO E ATÉ OS RESÍDUOS QUE ESTAVAM NA LIXEIRA DA SEDE. COMO ERA DE ESPERAR, OS ANARQUISTAS SE PORTARAM À ALTURA DE SEU DESAFIO E ENCARARAM COM SOBRIEDADE E FIRMEZA TODA A INTIMIDAÇÃO POLICIAL.<o:p></o:p></span></p> <p class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt;"><span style="font-size: 10pt; color: navy; font-family: Arial;"><o:p> </o:p></span></p> <p class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt;"><span style="font-size: 10pt; color: navy; font-family: Arial;">IMEDIATAMENTE A SOLIDARIEDADE DE CLASSE SE FEZ NOTAR, REPERCUTINDO NO <st1:personname productid="RIO GRANDE" st="on">RIO GRANDE</st1:personname> DO SUL, POR TODO <st1:personname productid="O BRASIL" st="on">O BRASIL</st1:personname>, NA AMÉRICA LATINA E, A PARTIR DA ESPANHA, POR ORGANIZAÇÕES ANARQUISTAS E MOVIMENTOS POPULARES DE TODO O MUNDO. <st1:personname productid="EM BREVE VAMOS AGRADECER A" st="on"><st1:personname productid="EM BREVE VAMOS AGRADECER" st="on">EM BREVE VAMOS AGRADECER</st1:personname> A</st1:personname> TODAS E TODOS QUE SE MOVERAM PARA DEFENDER ESTA AGUERRIDA ORGANIZAÇÃO POLÍTICA NASCIDA EM 18 DE NOVEMBRO DE 1995 E QUE VEM CUMPRINDO COM SEU DEVER PERANTE NOSSA CLASSE E POVO NOS 365 DIAS DO ANO!<o:p></o:p></span></p> <p class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt;"><span style="font-size: 10pt; color: navy; font-family: Arial;"><o:p> </o:p></span></p> <p class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt;"><span style="font-size: 10pt; color: navy; font-family: Arial;">PARA LOGO TAMBÉM ESTAREMOS SOLTANDO UMA LARGA CRÔNICA, DETALHANDO O OCORRIDO E CONTEXTUALIZANDO O GOVERNO NEOLIBERAL DE YEDA E CARLOS CRUSIUS, LAIR FERST, RUBENS BORDINI, DO FINADO MARCELO CAVALCANTE (AFINAL, QUEM O MATOU?!), DO CORONEL MENDES, DE CHICO FRAGA, MARCOS RONCHETTI, WALNA VILLARINS MENEZES, AOD CUNHA, ARIOSTO CULAU, <st1:personname productid="FERNANDO LEMOS" st="on">FERNANDO LEMOS</st1:personname>, FERNANDO SCHILLER E OUTRAS TANTAS E TANTOS PERSONAGENS SINISTROS DA RECENTE HISTÓRIA POLÍTICA DO RS. ESTA É A “NOVA GERAÇÃO” DE ARENISTAS DO PAGO, AGORA REMODELADOS COMO NEOLIBERAIS E SOB A SIGLA DO PSDB DE FERNANDO HENRIQUE E CIA. É ÓBVIO QUE NÃO SÃO APENAS OS OPERADORES DA POLÍTICA OS RESPONSÁVEIS PELA DOMINAÇÃO ESTRUTURAL E PELA OPRESSÃO NA SOCIEDADE. MAS, NESTE MOMENTO, NO <st1:personname productid="RIO GRANDE" st="on">RIO GRANDE</st1:personname>, ESSA LAIA É REPRESENTANTE DIRETA DE INTERESSES DO GOVERNO CENTRAL (COMANDADO POR LULA E HENRIQUE MEIRELLES), FAZENDO CORO COM O LATIFÚNDIO (SOB O NOME DE AGRO-NEGÓCIO), COM O DESERTO VERDE (APELIDADO DE REFLORESTAMENTO), DAS PRIVATIZAÇÕES (CHAMADAS DE PPPs), E DO PIOR DE TUDO: A SOMA EXPLOSIVA DE REPRESSÃO POLÍTICA, CORRUPÇÃO DE GOVERNO E ENTREGUISMO. <o:p></o:p></span></p> <p class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt;"><span style="font-size: 10pt; color: navy; font-family: Arial;"><o:p> </o:p></span></p> <p class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt;"><span style="font-size: 10pt; color: navy; font-family: Arial;">É PRECISO DERRUBAR ESSA CORJA E ROMPER O CONTRATO DE EMPRÉSTIMO COM O BANCO MUNDIAL! A FAG VEM DENUNCIANDO O CRIME DE VENDE-PÁTRIA DESSA CAMARILHA DESDE QUE COMEÇARAM AS NEGOCIAÇÕES DESSE ABSURDO. POUCAS VOZES SE LEVANTARAM NO RO GRANDE E A ASSEMBLÉIA LEGISLATIVA, INCLUINDO A OPOSIÇÃO PETISTA, VOTOU POR UNANIMIDADE A ASSINATURA DESSE ABSURDO. VOTARAM SEM VER O CONTRATO E POUCOS GRITARAM. É POR ISSO QUE YEDA CRUSIUS ATACOU A FAG! PORQUE ELA ATACA A VERDADE ESCONDIDA SOB O MANTO DA MENTIRA DO SEGREDO ENTRE AMIGOS. É POR ISSO QUE A CHAMAMOS DE RESPONSÁVEL PELO ACORDO ENTREGUISTA JUNTO AO BANCO MUNDIAL E TAMBÉM É RESPONSÁVEL, JUNTO COM O COMANDO DA BRIGADA, DO ASSASSINATO DO COLONO SEM-TERRA ELTOM BRUM DA SILVA. ESTA FOI A RAZÃO DE YEDA MANDAR A CIVIL, ATUANDO COMO POLÍCIA POLÍTICA, ATACAR A NOSSA SEDE E LEVAR O QUE O MANDADO PERMITIA E TAMBÉM O QUE NÃO PERMITIA. BASTA! <span style=""> </span><o:p></o:p></span></p> <p class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt;"><span style="font-size: 10pt; color: navy; font-family: Arial;"><o:p> </o:p></span></p> <p class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt;"><span style="font-size: 10pt; color: navy; font-family: Arial;">PARA LOGO ESTAREMOS MAIS UMA VEZ DIALOGANDO COM AS FORÇAS DA ESQUERDA SINCERA E MILITANTE DO RS PARA REAGIRMOS, DE FORMA PÚBLICA E VEEMENTE, A MAIS ESTE DESMANDO E ABSURDO. É HORA DE AGLUTINAR FORÇAS E FAZER REVIVER ELTOM BRUM EM NOSSAS LUTAS! PORQUE NUNCA ESTÁ MORTO QUEM PELEIA!<o:p></o:p></span></p> <p class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt;"><span style="font-size: 10pt; color: navy; font-family: Arial;"><o:p> </o:p></span></p> <p class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt;"><span style="font-size: 10pt; color: navy; font-family: Arial;">SOLIDARIAMENTE, FEDERAÇÃO ANARQUISTA GAÚCHA<o:p></o:p></span></p> <p class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt;"><span style="font-size: 10pt; color: navy; font-family: Arial;"><o:p> </o:p></span></p> <p class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt;"><span style="font-size: 10pt; color: navy; font-family: Arial;"><a href="http://www.vermelhoenegro.org/FAG">WWW.VERMELHOENEGRO.ORG/FAG</a><o:p></o:p></span></p> <p class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt;"><span style="font-size: 10pt; color: navy; font-family: Arial;"><o:p> </o:p></span></p> <span style="font-size: 10pt; color: navy; font-family: Arial;">NOVO EMAIL PARA CONTATO: <a href="mailto:fag.solidariedade@gmail.com">fag.solidariedade@gmail.com</a></span>Unknownnoreply@blogger.com1tag:blogger.com,1999:blog-5310273604071840917.post-75204599055958872392009-09-15T20:27:00.000-07:002009-09-15T20:31:30.757-07:00[Ciclo de Debates] Poder Popular x Estado<a onblur="try {parent.deselectBloggerImageGracefully();} catch(e) {}" href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgdFZr3hkD3-PUnSiR3SVr0qclZwKamHDLBBLqK3It_pLRzeuAaexFNfOeW2qBI5P_O7MpN7sNv0b6k_FZsMSXrFz0Fmxvmbj7XJiKNjIKODzWY4r8aaH0VQ0A1xM0r9ekUJlThCJWPhjA/s1600-h/CDA+-+set-09.jpg"><img style="margin: 0pt 10px 10px 0pt; float: left; cursor: pointer; width: 226px; height: 320px;" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgdFZr3hkD3-PUnSiR3SVr0qclZwKamHDLBBLqK3It_pLRzeuAaexFNfOeW2qBI5P_O7MpN7sNv0b6k_FZsMSXrFz0Fmxvmbj7XJiKNjIKODzWY4r8aaH0VQ0A1xM0r9ekUJlThCJWPhjA/s320/CDA+-+set-09.jpg" alt="" id="BLOGGER_PHOTO_ID_5381902273163260722" border="0" /></a><span style=";font-family:georgia;font-size:100%;" ><br /><span style="font-weight: bold;">Poder Popular x Estado:</span><br /><span style="font-weight: bold;">perspectiva anarquista de transformação social</span><br /><br /><span style="font-weight: bold;">25/09 às 16h</span><br /><span style="font-weight: bold;">Ufal - Bloco 13</span></span>CAZPhttp://www.blogger.com/profile/08022017421837205687noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-5310273604071840917.post-46409559652715283382009-05-12T22:50:00.000-07:002009-05-12T22:59:44.036-07:00[Teoria/Formação] Links para cartilhasOs links abaixo são para baixar materiais teórico-políticos produzidos e/ou editado por nós. Alguns dos materias podem ser encontrados neste próprio sitio. Eles são distribuídos no formato de cartilhas.<br /><br /><a href="http://www.easy-share.com/1905160749/Cartilha%20-%20Rev.%20Russa.pdf"><span style="font-weight: bold;">Revolução Russa - o poder dos sovietes contra o estatismo (CAZP)</span></a><br /><br /><a href="http://www.easy-share.com/1905160752/Docs%20publicos%20e%20outros%20textos%20%C3%A2%C2%80%C2%93%202008.pdf"><span style="font-weight: bold;">Declaração de Princípios e textos de referência (CAZP)</span></a><br /><br /><a href="http://www.easy-share.com/1905160761/Ana%20e%20Teo.pdf"><span style="font-weight: bold;">Anarquismo e Teoria: reconstruindo trajetórias, discutindo referenciais</span></a>CAZPhttp://www.blogger.com/profile/08022017421837205687noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-5310273604071840917.post-11382243909411061472009-04-25T22:57:00.000-07:002009-04-25T23:00:26.748-07:00[BOLETIM] A receita do Banco Mundial para a crise em Alagoas<div style="font-weight: bold; text-align: center;">A receita do Banco Mundial para a crise em Alagoas<br /></div><div style="text-align: justify;"><br />Todos sabem que vivemos um período de crise econômica, onde economistas do mundo todo se descabelam tentando entender “o que é que deu errado nas contas”, com a elite política e econômica de todo mundo reunindo-se e debatendo “soluções para a crise”.<br /><br />Junto a esse embaraço, a cobertura da mídia, buscando, antes de tudo, gerar a blindagem ideológica aos pilares do capitalismo, ao mesmo tempo empurra as idéias de que a flexibilização de direitos, as demissões de trabalhadores e o congelamento de salários dos servidores públicos, são as saídas. Sem contar nos verdadeiros assaltos aos cofres públicos para cobrir rombos privados.<br /><br />A importância da resposta dos trabalhadores e todos os setores oprimidos deve tomar uma amplitude para além das saudações de ruína dos inimigos de classe e da afirmação de uma alternativa socialista como acessório de discurso. É preciso estar atento às movimentações do inimigo de classe, mas ao mesmo tempo em que se dá continuidade às movimentações de base, de maneira a criar resistência e elementos de organização e combate político do povo organizado. E sim, nunca é demais dizer: por fora de cálculos eleitorais!<br /> <br /><br /><span style="font-weight: bold;">Alagoas na crise financeira: uma redundância?</span><br /><br />Como um grupo político fincado em solo alagoano, queremos dedicar espaço para discutir o tratamento da crise em Alagoas. E sabemos que se “crise” nunca foi novidade na história do capitalismo, em Alagoas então, todos já estão bem acostumados em ouvir sobre o tema.<br /><br />A crise econômica em Alagoas vira redundância, pois estamos falando de uma região na qual a dependência de verba federal sempre foi a tônica. Além do que, o estado ainda é fortemente marcado por uma baixa diversificação de suas atividades econômicas, se destacando em áreas como o turismo e produtos para exportações, onde estas se concentram no setor sucroalcooleiro – os quais, diga-se, quando não estão em crise, a inventam para arrancar benefícios.<br /><br />No final de março, o governador Teotônio Vilela concedeu uma entrevista coletiva para explanar sobre suas medidas e ventilar otimismo, seguindo a tendência de todos os governantes mesmo a realidade não dando muitos elementos para tal. Como pano de fundo, tem-se as gradativas reduções postas pelo governo federal das cotas do Fundo de Participação dos Estados e dos Municípios (FPE e FPM)). Sem contar nas incertezas geradas das verbas programadas com o PAC onde delas dependem obras capitais para o governo estadual, inclusive em seus interesses eleitorais, como a do canal do sertão.<br /><br />A receita usada pelo governo estadual - e amplamente anunciada - é a contenção de despesas com a “máquina pública”. No paralelo, a abertura e a busca de atração de investimentos privados. Mas de onde veio essa receita, com cheiro e textura neoliberal?<br /> <br /><br /><span style="font-weight: bold;">O Banco Mundial dita as regras e “cede” empréstimo</span><br /><br />O dono da receita contra a crise em Alagoas é o Banco Mundial. Desde o fim de 2007 o governo estadual se reúne com o Tesouro Nacional da União e o Banco Mundial para discutir a dívida pública do Estado e fazer ajustes fiscais. Na época a pauta era a reestruturação da dívida com a União, que chega hoje aos 7 bilhões.<br /><br />Hoje a discussão de reestruturação da dívida está suspensa, mas não a presença e influência do Banco Mundial e organismos internacionais. Na verdade, mudaram-se as propostas e a pauta agora vira a concessão de empréstimo do Banco Mundial ao Estado de Alagoas na ordem de R$ 430 milhões, prevista para até o fim do semestre. O fato é demonstrativo para entender a sintonia entre as partes na definição de modelos de gestão pública e a orientação das políticas econômicas e sociais em Alagoas. Aliás, o cumprimento rigoroso dessas metas é a condição do empréstimo.<br /><br />Entre um dos principais pontos está o que eles chamam de “medidas administrativas”, mas que na verdade se direcionam aos trabalhadores do serviço público e o próprio funcionamento dos serviços. As principais orientações do Banco Mundial tem sido para estes, com a já conhecida entrega dos serviços públicos para o setor privado e as consequências de flexibilizações de direitos trabalhistas.<br /><br />O constante discurso do governo de que não irá congelar salários, de que tem concedido vários reajustes, é a jogada para tentar se esquivar do latente caos que tem passado setores com a saúde e a educação em Alagoas. E as “receitas” e soluções buscadas, são as já conhecidas há décadas: precarização, flexibilização trabalhista e privatização de serviços.<br /><br /><div style="text-align: right;">BOLETIM CAZP, abril 2009.<br /></div></div>Unknownnoreply@blogger.com1tag:blogger.com,1999:blog-5310273604071840917.post-75139315804675530912009-04-25T22:53:00.000-07:002009-04-25T22:57:09.253-07:00[BOLETIM] A situação precária da saúde em Alagoas e a proposta privatizante<div style="text-align: justify;"><div style="text-align: center;"><span style="font-weight: bold;">Situação precária da saúde em Alagoas e a proposta privatizante</span><br /></div><br />Em meio à crise financeira internacional e à redução das verbas federais para estados e municípios, encontramos Alagoas em uma situação extremamente delicada na área da saúde. E, embora esse não seja um fato que ocorre apenas na nossa terra, aqui alcança contornos dramáticos, já que somos o Estado com um dos piores Índices de Desenvolvimento Humano (IDH).<br /><br />O governo estadual e os governos municipais aproveitam-se do pânico gerado pela crise para atacar os direitos conquistados e negar-se a ceder aumento salarial aos servidores da saúde que já se encontram com salários defasados. Ao mesmo tempo, médicos pedem demissão na Santa Mônica, principal maternidade pública do Estado.<br /><br />Além das reivindicações salariais e outros direitos justamente reivindicados pelos trabalhadores, temos uma carência de funcionários no quadro, além de falta constante de materiais básicos para o atendimento da população e superlotação de hospitais, principalmente em serviços de emergência. A situação também acontece em diversos municípios alagoanos, onde a precarização na contratação de funcionários é regra.<br /><br /><br /><span style="font-weight: bold;">Organizações Sociais, Fundações Estatais de Direito Privado... </span><br /><span style="font-weight: bold;">diferentes nomes para um mesmo projeto neoliberal</span><br /><br />Ao mesmo tempo, o governo estadual vem divulgando a proposta de entregar as administrações de diversos hospitais para organizações sociais, o que já ocorre em outros estados da federação. Tal medida se baseia na administração desses equipamentos públicos pela modalidade do direito privado. O governo venderia a idéia de que seria a solução para os problemas enfrentados e permitiria a contratação de servidores via CLT (e não mais pelo regime jurídico único), acabando a estabilidade dos servidores.<br /><br />Ao entregar os hospitais para tais organizações sociais, estaríamos entrando na lógica do mercado, regulada pelo direito privado, cujo objetivo é o lucro e não as necessidades da população. Se determinado serviço for causar prejuízo, ele correria sérios riscos de não existir mais, deixando a população totalmente desassistida.<br /><br />Tudo isso faz parte de um processo maior, que viria a ser concretizado com a regulamentação das Fundações Estatais de Direito Privado. O Projeto de Lei que trata dessa questão está atualmente aguardando votação no senado e se estenderia para outras áreas sociais como educação, cultura e esportes. Viria a regularizar esse tipo de modalidade de administração dos serviços públicos, que seriam entregues para grupos organizados em torno das fundações com a desculpa de melhor administração empresarial.<br /><br />Todos os processos já iniciados em Estados como Rio de Janeiro, Sergipe e Bahia seriam regularizados como fundações e, muito provavelmente, a proposta do governo de Alagoas evoluiria no molde do projeto das fundações, já que, em alguns cantos do Brasil o que era Organização Social está sendo substituído pelo projeto das Fundações. A proposta a ser votada no senado permitiria sua utilização nos hospitais federais (incluindo os HUs), além de subsidiar as propostas já implantadas nos estados via lei estadual.<br /><br /><span style="font-weight: bold;"><br />“Nossa luta é todo dia... saúde não se negocia!”</span><br /><br />O SUS foi uma conquista da sociedade organizada em seus diversos movimentos sociais que pressionaram na criação de um serviço público, embora o mesmo nunca tenha funcionado como o proposto desde os anos 80, tendo diversos problemas por todo país. A solução via fundações apresentada passa a ser mais um duro golpe desse projeto neoliberal implementado no país por FHC e desenvolvido de forma mais profunda no governo Lula.<br /><br />Os movimentos sociais tem outras propostas para área da saúde que não são levadas em conta pelos governantes tal como foram concebidas. Um exemplo disso seria a regularização da emenda constitucional 29, que estabeleceria valores mínimos para serem aplicados na saúde por cada esfera de governo. Esses valores seriam reajustados pelo PIB, sempre para cima. Até hoje, não foi aprovada da forma como proposta, pois isso significaria para os governos comprometer parte do orçamento destinado a pagar as dívidas, principalmente a interna, repassando o dinheiro da população para a mão dos banqueiros.<br /><br />Outra solução, a nível local, seria a redução das enormes despesas do poder legislativo e judiciário para serem destinados para áreas sociais. O governo se esquiva dizendo que não compete ao executivo e joga a decisão para a assembléia controlada pelo sindicato do crime há décadas. Sem falar em mais de 80 milhões que Alagoas deixou de conseguir por falta de projetos governamentais.<br /><br />Da mesma forma que o projeto do SUS só foi aprovado por meio de um poderoso processo de pressão social que disputou as propostas para saúde com empresários donos de hospitais, indústria farmacêutica e outros representantes dos patrões; não podemos conseguir que nossos problemas sejam resolvidos sem a articulação do povo. No caso da saúde, é fundamental a aliança entre os trabalhadores da área e os usuários a fim de termos êxito frente a nossas propostas.<br /><br /><div style="text-align: right;">BOLETIM CAZP, abril 2009.<br /></div> </div>Unknownnoreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-5310273604071840917.post-54407633148045743172009-04-25T22:35:00.000-07:002009-04-25T22:41:59.401-07:00[Ciclo de Debates] Os crimes dos ricos, a crise do povo<a onblur="try {parent.deselectBloggerImageGracefully();} catch(e) {}" href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhbesTQ104PYxvUbTbFKQpMmTm1IZ5caPQqm-rxL-TPL8c_rwDQ75EO9qkpnhySerJiY6Cy8NtrS4N0OHoTZpG1tCxjVdZyLOkmM0-4n6eRPBkAph9w6OogeJrQ5wFGo-QTFKZJR2PZrT-s/s1600-h/CDA+04-09+-+ok.jpg"><img style="margin: 0pt 10px 10px 0pt; float: left; cursor: pointer; width: 226px; height: 320px;" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhbesTQ104PYxvUbTbFKQpMmTm1IZ5caPQqm-rxL-TPL8c_rwDQ75EO9qkpnhySerJiY6Cy8NtrS4N0OHoTZpG1tCxjVdZyLOkmM0-4n6eRPBkAph9w6OogeJrQ5wFGo-QTFKZJR2PZrT-s/s320/CDA+04-09+-+ok.jpg" alt="" id="BLOGGER_PHOTO_ID_5328870881051461186" border="0" /></a><br /><span style="font-weight: bold;">CICLO DE DEBATES ANARQUISTAS</span><br /><span style="font-weight: bold; color: rgb(255, 0, 0);">"OS CRIMES DOS RICOS, A CRISE DO POVO"</span><br /><span style="color: rgb(0, 0, 0);">29/04 ÀS 17:30H - Bloco 13 (Ufal)</span>Unknownnoreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-5310273604071840917.post-89738403582961556192009-03-06T16:46:00.000-08:002009-03-06T17:29:52.570-08:00[FAO] Declaração final do VI Encontro Nacional<p class="western" style="margin-bottom: 0cm; line-height: 0.51cm;font-family:arial;" align="center"> <span style="color: rgb(0, 0, 0);font-size:100%;" ><b>Declaração final do VI Encontro Nacional do Fórum do Anarquismo Organizado</b> </span> </p> <p class="western" style="margin-bottom: 0cm; line-height: 0.51cm;font-family:arial;" align="justify"> <span style="color: rgb(0, 0, 0);font-size:100%;" > Entre os dias 19 e 25 de fevereiro de 2009, as Organizações que compõem o Fórum do Anarquismo Organizado (FAO) estiveram reunidas em Porto Alegre para a realização do VI encontro nacional. Além da troca de experiências e dos acordos políticos firmados entre as organizações, o encontro serviu para pensarmos a política de relações em um cenário nacional onde surgem e se fortalecem grupos e organizações anarquistas além do FAO, com concepções e práticas políticas similares. Com esses estamos dispostos a nos relacionar, no intuito de avançarmos num projeto militante para a realidade brasileira com todos os afins. O encontro serviu também para atualizarmos a análise de conjuntura, estabelecendo as linhas gerais para este ano que se inicia. </span> </p> <p class="western" style="margin-bottom: 0cm; line-height: 0.51cm;font-family:arial;" align="justify"><span style="font-size:100%;"><br /></span></p> <p class="western" style="margin-bottom: 0cm; line-height: 0.51cm;font-family:arial;" align="justify"> <span style="color: rgb(0, 0, 0);font-size:100%;" ><b>Um mundo em crise que joga com as representações</b> </span> </p> <p class="western" style="margin-bottom: 0cm; line-height: 0.51cm;font-family:arial;" align="justify"> <span style="color: rgb(0, 0, 0);font-size:100%;" > Este ano de 2009 inicia expondo as representações de um mundo em crise. No topo está o forte apelo simbólico que vem do terreno do império com o primeiro presidente negro da história dos Estados Unidos. Barack Obama, no estilo norte-americano, é a carta da vez num cenário das Américas que é mexido pelo jogo das representações, do presidente que era operário e ex-sindicalista, dos presidentes ex-guerrilheiros e do negro que chegou ao poder. Mas a política estadunidense não deixa muito espaço para surpresas. Democratas e republicanos são duas facções de um mesmo negócio, conforme nos avisa Noam Chomsky. </span> </p> <p class="western" style="margin-bottom: 0cm; line-height: 0.51cm;font-family:arial;" align="justify"> <span style="color: rgb(0, 0, 0);font-size:100%;" > No mesmo jogo das representações, como é falso e mentiroso o discurso da crise que nos querem empurrar. Como foi cínica a doutrina econômica liberal que dominou nas últimas décadas, que usa da linguagem do mercado como dado natural, como ente superior que nenhuma outra vontade pode opor. E que ridículo é chegar nesta altura do processo com o poder econômico tão necessitado de Estado, de socorro pago com fundos públicos. Quando na verdade, o sistema torna a acomodar suas estruturas de poder evidenciando a interdependência dos seus elementos de produção e reprodução. </span> </p> <p class="western" style="margin-bottom: 0cm; line-height: 0.51cm;font-family:arial;" align="justify"> <span style="color: rgb(0, 0, 0);font-size:100%;" > Na Europa mais pobre, a Grécia, simbólico “berço da democracia”, é colocada em cheque pela força da rebeldia do povo grego, sempre pronto a dar batalha, disparar rajadas libertárias de luta contra o poder dominante para abrir caminhos de justiça e liberdade. Um jovem anarquista é o mártir de uma causa que se levanta em defesa dos setores imigrantes que povoam o velho mundo atrás do que lhes foram tomados pela dominação colonial-imperialista nos seus povos de origem. Deste pavio curto se incendeiam os estudantes e a classe operária contra a Europa do Capital e a crise social que se instala em suas margens. </span> </p> <p class="western" style="margin-bottom: 0cm; line-height: 0.51cm;font-family:arial;" align="justify"> <span style="color: rgb(0, 0, 0);font-size:100%;" > No Oriente Médio, o holocausto agora é promovido pelo Estado de Israel que imita a política dos algozes que massacram o povo judeu. O fogo da destruição é lançado sobre as ânsias palestinas de autodeterminação. Nesse momento, tomar a causa palestina é escolher os oprimidos contra os opressores do direito de um povo de fazer seu destino com as próprias vontades. </span> </p> <p class="western" style="margin-bottom: 0cm; line-height: 0.51cm;font-family:arial;" align="justify"> <span style="color: rgb(0, 0, 0);font-size:100%;" > Também faz parte do jogo de representações o tema da integração regional no continente americano. Entre as propostas, está a Iniciativa de Integração da Infra-estrutura Regional Sul-americana (IIRSA) envolvendo diversos organismos internacionais, a exemplo do Banco Mundial, em parceria com os Estados Nacionais do sul do continente. O Plano IIRSA, no entanto, representa a integração do capital, favorece exclusivamente as transnacionais e reforça o papel sub-imperialista que o Brasil exerce no continente. O Plano de Aceleração do Crescimento é a contribuição brasileira no cumprimento do IIRSA, investindo em infra-estrutura que vem acompanhada da corrupção e desvio de recursos públicos, devastando as florestas tropicais e populações indígenas, quilombolas, ribeirinhos e agricultores familiares e camponeses que sofrerão diretamente o impacto das obras programadas. Entre outros impactos está a valorização das terras dos latifúndios, em que os improdutivos passarão a valer moeda corrente no mercado de capitais. </span> </p> <p class="western" style="margin-bottom: 0cm; line-height: 0.51cm;font-family:arial;" align="justify"> <span style="color: rgb(0, 0, 0);font-size:100%;" > Tratando-se da América Latina, numa proposta abaixo e à esquerda, a alternativa que defendemos está numa proposta de integração dos povos latino-americanos baseada na solidariedade e na independência de classe, enfrentando o capital e fortalecendo o Poder Popular por fora da institucionalidade dos Estados Nacionais. Isso significa que os impasses políticos atravessados pelos governos com vernizes nacionalistas, conseqüência de um processo de acúmulo das lutas populares, só serão resolvidos além das possibilidades legais. </span> </p> <p class="western" style="margin-bottom: 0cm; line-height: 0.51cm;font-family:arial;" align="justify"> <span style="color: rgb(0, 0, 0);font-size:100%;" > Nesse sentido do tão citado jogo das representações, reforçamos a importância da luta ideológica, pois é a partir do poder das idéias que se pode mobilizar os corações e as razões, articulando-as coletivamente em uma expressão de resistência e de avanço na medida em que convoca distintos sujeitos sociais e os converte em agentes capazes de reescrever a história e conceber um novo mundo. </span> </p> <p class="western" style="margin-bottom: 0cm; line-height: 0.51cm;font-family:arial;" align="justify"><span style="font-size:100%;"><br /></span></p> <p class="western" style="margin-bottom: 0cm; line-height: 0.51cm;font-family:arial;" align="justify"> <span style="color: rgb(0, 0, 0);font-size:100%;" ><b>O avanço da ideologia conservadora e o Estado brasileiro propagador da violência</b> </span> </p> <p class="western" style="margin-bottom: 0cm; line-height: 0.51cm;font-family:arial;" align="justify"> <span style="color: rgb(0, 0, 0);font-size:100%;" > Uma das caracterísitcas bastante marcantes do capitalismo em sua etapa neoliberal é a militarização. Ela está presente não somente nos conflitos levados a cabo pelo império estadounidense, mas também tem se manifestado cada vez mais na política do Estado brasileiro de propagar a violência. Na política externa, o Haiti sangra nesses cinco anos de ocupação militar das tropas brasileiras que cumprem o papel sub-imperialista no continente, legitimando, inclusive, a exploração dos haitianos por transnacionais dos Estados Unidos. </span> </p> <p class="western" style="margin-bottom: 0cm; line-height: 0.51cm;font-family:arial;" align="justify"> <span style="color: rgb(0, 0, 0);font-size:100%;" > No Brasil, a política de extermínio do Estado contabiliza 50 mil mortes por ano, ou seja, mais de 100 por dia, segundo os dados oficiais, como resultado de tiroteios e confrontos com a polícia. Acompanhada do extermínio e da repressão está a criminalização da pobreza e dos movimentos sociais, ou seja, uma nova roupagem para as ideologias conservadoras que pareciam derrotadas historicamente. O próprio aparelho repressor assume com orgulho diferentes denominações, a exemplo dos termos “inseticida” utilizado no Rio de Janeiro, e “lixeiro social” atribuído à Brigada Militar no Rio Grande do Sul. </span> </p> <p class="western" style="margin-bottom: 0cm; line-height: 0.51cm;font-family:arial;" align="justify"> <span style="color: rgb(0, 0, 0);font-size:100%;" > Completados mais de 40 anos desde o início da ditadura militar e do posterior Ato Institucional nº 5, esse período que recrutou os piores elementos das forças policiais para atuarem em conjunto com as Forças Armadas na repressão política, temos como herança a prática de uma democracia de mercado especializada em torturar e matar aos civis. </span> </p> <p class="western" style="margin-bottom: 0cm; line-height: 0.51cm;font-family:arial;" align="justify"> <span style="color: rgb(0, 0, 0);font-size:100%;" > O problema da violência policial deve ser analisado além da lógica reformista, ou seja, não é apenas um fenômeno de conjuntura. Isso significa que a solução não passa por humanizar uma instituição que é essencialmente repressora, tampouco acreditamos que isso seja possível, pois perderia a própria razão de ser. Menos ainda podemos considerar um agente do aparato repressivo como companheiro, conforme setores da esquerda muitas vezes insistem em afirmar. O Estado monopoliza o exercício da violência que chama “legal”. Se em uma manifestação, em uma “desordem” qualquer, um policial mata uma pessoa, se diz que ele procedeu defendendo a ordem. Se um policial é morto, quem o matou vai para a cadeia, pois é um assassino. </span> </p> <p class="western" style="margin-bottom: 0cm; line-height: 0.51cm;font-family:arial;" align="justify"> <span style="color: rgb(0, 0, 0);font-size:100%;" > No espaço urbano, a concorrência das cidades para sediarem a Copa do Mundo de 2014 utilizam-se da mesma lógica de criminalização da pobreza para justificar as políticas higienistas e de exclusão que seguem em curso, marginalizando os pobres que hoje circulam nos centros urbanos. Desse modo, organizar os setores pobres e marginalizados na luta pelo direito à cidade é uma tarefa fundamental para dar resistência às mudanças estruturais em curso nas cidades brasileiras e defender a dignidade contra o projeto de exclusão do inimigo de classe. </span> </p> <p class="western" style="margin-bottom: 0cm; line-height: 0.51cm;font-family:arial;" align="justify"> <span style="color: rgb(0, 0, 0);font-size:100%;" > No campo, o MST é o principal alvo entre os movimentos sociais da campanha de criminalização dos lutadores e lutadoras do povo. Os recentes acontecimentos ocorridos durante o carnaval em que sem-terra agiram em legítima defesa tombando quatro seguranças do latifúndio para evitar um massacre em Pernambuco, foram suficientes para insuflar o ódio das elites contra a luta pela terra. Tal fato fez com que presidente do Supremo Tribunal Federal - STF, Gilmar Mendes, apoiado pelos Presidentes do Senado Federal, e da Câmara dos Deputados, fizessem declarações contrárias ao MST, defendendo o fim do repasse de recursos as entidades ligadas ao movimento. Mais uma vez a justiça burguesa manifesta a sua parcialidade em prol dos de cima, pois esses fatos ocorrem exatamente quatro anos após a não condenação do fazendeiro acusado de matar a missionária Doroty Stang em Anapu (PA) O mandante do crime, fazendeiro Vitalmiro Bastos de Moura, o Bida, foi absolvido pela Justiça do Pará no ano passado. Sem falar nos mais de 1500 assassinatos de trabalhadores rurais ocorridos nos últimos vinte anos que seguem impunes. </span> </p> <p class="western" style="margin-bottom: 0cm; line-height: 0.51cm;font-family:arial;" align="justify"> <span style="color: rgb(0, 0, 0);font-size:100%;" > As tentativas de acabar com o MST ganham maiores proporções no sul do Brasil, a partir do relatório apresentado pelo Ministério Público do Estado do Rio Grande do Sul que condena o movimento à ilegalidade. Essa medida vem no sentido de justificar as ações repressivas comandadas pela Brigada Militar desde que Yeda assumiu o Governo. Neste ano de 2009, as medidas previstas no relatório começam a ser implementadas com o fim das escolas itinerantes. </span> </p> <p class="western" style="margin-bottom: 0cm; line-height: 0.51cm;font-family:arial;" align="justify"> <span style="color: rgb(0, 0, 0);font-size:100%;" > Enquanto anarquistas, nossa modesta força militante está solidária. O MST e a luta sem tréguas por reforma agrária é uma causa de todos e todas que peleiam um mundo novo sem pedir licença. Reorganizar o sindicalismo classista pela base, dar expressão de luta aos pobres da cidade e empoderar a voz das comunidades são as tarefas da hora, destes tempos difíceis, em que a melhor solidariedade se faz lutando para barrar o avanço do inimigo e superar o reformismo dentro do movimento de massas. </span> </p> <p class="western" style="margin-bottom: 0cm; line-height: 0.51cm;font-family:arial;" align="justify"><span style="font-size:100%;"><br /></span></p> <p class="western" style="margin-bottom: 0cm; line-height: 0.51cm;font-family:arial;" align="justify"> <span style="color: rgb(0, 0, 0);font-size:100%;" ><b>A crise financeira dos Estados fiados no Banco Mundial </b></span> </p> <p class="western" style="margin-bottom: 0cm; line-height: 0.51cm;font-family:arial;" align="justify"> <span style="color: rgb(0, 0, 0);font-size:100%;" > Na última declaração do Encontro Nacional do FAO, em novembro de 2007, colocávamos que o tema da crise financeira dos Estados brasileiros tem sua origem na centralização dos recursos em Brasília; precisamente no Comitê de Política Econômica e Monetária que controla mais de 60% de tudo o que se arrecada no país para garantir o pagamento dos juros da dívida pública (externa e interna) e superar a cada ano as metas traçadas pelo FMI e Banco Mundial. Nesse contexto, na tentativa de sair da crise, os Estados tem recorrido a empréstimos com o Banco Mundial, assinando contratos de longo prazo e indo ao encontro da estratégia declarada em 2008 por esse organismo multilateral: “<i>Nos próximos quatro anos 80% dos investimentos serão realizados a partir de parceria com os governos estaduais, que precisa se modernizar e, para isso, receberão nosso apoio financeiro, de recursos humanos e de prestígio” - John Briscoe, diretor do Banco Mundial no Brasil.</i> </span> </p> <p class="western" style="margin-bottom: 0cm; line-height: 0.51cm;font-family:arial;" align="justify"> <span style="color: rgb(0, 0, 0);font-size:100%;" > A estratégia neoliberal planejada pelo Banco Mundial não escolhe lugar, assentando-se sobre boa parte do território brasileiro. No nordeste, o governo do pedetista Jackson Lago que desbancou 40 anos de oligarquia Sarney passa a assumir décadas sob as recomendações do Banco Mundial para investimentos em infra-estrutura, algo indispensável para o desenvolvimento, principalmente, das indústrias de papel e celulose. Em Alagoas, o projeto das fundações que atacam a saúde pública e a manutenção do incentivo a monocultura da cana fazem parte do contrato de venda do Estado a esse organismo internacional. No sudeste e sul do país, Minas Gerais e Rio Grande do Sul tem o seu futuro vendido ao banco, e, entre as conseqüências hoje sentidas estão a aplicação do chamado choque de gestão, a implementação de reformas no setor público arrochando o salário do funcionalismo e abrindo caminho para o setor privado e a expansão das transnacionais do eucalipto. No centro-oeste temos o exemplo do Mato Grosso que recebe um aporte cada vez maior de recursos para a expansão do agronegócio, tendo em Blairo Maggi um agente que concentra os poderes político e econômico. </span> </p> <p class="western" style="margin-bottom: 0cm; line-height: 0.51cm;font-family:arial;" align="justify"> <span style="color: rgb(0, 0, 0);font-size:100%;" > Desse modo, presenciamos um vínculo cada vez maior dos Estados brasileiros com o Banco Mundial e vemos que o nosso futuro passa a ser traçado por esse organismo. Se existe alguma saída para as classes oprimidas, essa passa, em primeiro lugar pelo total repúdio à venda do nosso futuro e da nossa dignidade a esse banco que antende exclusivamente aos interesses das elites locais e do capital transnacional. Acompanhado a isso, uma saída para crise financeira dos Estados seria declarar a moratória da dívida brasileira e os estados não pagarem a dívida com a União. </span> </p> <p class="western" style="margin-bottom: 0cm; line-height: 0.51cm;font-family:arial;" align="justify"><span style="font-size:100%;"><br /></span></p> <p class="western" style="margin-bottom: 0cm; line-height: 0.51cm;font-family:arial;" align="justify"> <span style="color: rgb(0, 0, 0);font-size:100%;" ><b>A crise provocada pelo cassino financeiro global</b> </span> </p> <p class="western" style="margin-bottom: 0cm; line-height: 0.51cm;font-family:arial;" align="justify"> <span style="color: rgb(0, 0, 0);font-size:100%;" > Diversas análises e interpretações tem sido produzidas acerca da crise que está em curso e que e tem se agravado desde o final do ano passado. Enquanto anarquistas, fazemos uma leitura não dogmática ou distante de uma análise que pretensamente se diz “científica”, ou seja, procuramos entender com lucidez a origem dessa crise para, da mesma maneira, propor com igual lucidez a alternativa que as classes oprimidas tem diante desse cenário. </span> </p> <p class="western" style="margin-bottom: 0cm; line-height: 0.51cm;font-family:arial;" align="justify"> <span style="color: rgb(0, 0, 0);font-size:100%;" > Mais precisamente, nos meses de setembro e outubro de 2008, o mundo globalizado viu o que talvez represente o final de uma etapa de financeirização do neoliberalismo. O socorro se deu como sempre, através do instrumento de concertação de classe, quando elites dirigentes e a classe dominante executaram as suas políticas. O Estado Capitalista, através dos governos das economias de ponta, entraram em acordo para tampar o rombo feito pelo cassino financeiro. Trata-se da maior incorporação de riqueza coletiva em mãos privadas da história da humanidade. </span> </p> <p class="western" style="margin-bottom: 0cm; line-height: 0.51cm;font-family:arial;" align="justify"> <span style="color: rgb(0, 0, 0);font-size:100%;" > Portanto, não se trata de uma crise com origem na superprodução, tampouco representa o que alguns mais dogmáticos colocam como “A vitória da teoria revolucionária marxista”. Menos ainda de que a crise e as conseqüentes demissões e retiradas de direitos que estão em andamento representarão um reascenso na luta de massas, como se funcionasse a lógica do “quanto pior melhor”. O sistema capitalista não é auto-destrutivo, pelo contrário, é surtido de complexos instrumentos de dominação que atuam em distintos níveis interdependentes (político, econômico e ideológico), disciplinando os sujeitos sociais para perpetuar esse domínio. </span> </p> <p class="western" style="margin-bottom: 0cm; line-height: 0.51cm;font-family:arial;" align="justify"> <span style="color: rgb(0, 0, 0);font-size:100%;" > Diante dessa conjuntura de crise, alguns setores do movimento sindical defendem que para dar resistência e promover o reascenso da luta de massas seria importante a conformação de uma nova central sindical, visto que a CUT está completamente burocratizada e cumpre um papel oposto de conciliação com os patrões e os governos. Porém, entendemos que a alternativa não passa pela criação de uma nova central sindical, levando em consideração o grau de fragmentação e desmobilização em que se encontra a classe trabalhadora. </span> </p> <p class="western" style="margin-bottom: 0cm; line-height: 0.51cm;font-family:arial;" align="justify"> <span style="color: rgb(0, 0, 0);font-size:100%;" > Aqueles que neste momento tentam justificar a possibilidade de reascenso da luta de massas somente a partir da conformação de uma nova central sindical estão duplamente equivocados. Primeiro porque visualizam erroneamente o poder na estrutura quando na verdade ele está nos sujeitos, ou seja, na capacidade de mobilização dos trabalhadores. A conseqüência dessa maneira de conceber o poder reproduz o centralismo e levaria à rápida burocratização do movimento sindical, o que seria uma repetição em menor tempo e escala da trajetória da CUT. Em segundo lugar, a dita urgência em conformar uma central sindical atende ao canto da sereia do governo com seu projeto de liberação de recursos para as centrais sindicais, e ser conveniente com isso é por si só uma contradição. </span> </p> <p class="western" style="margin-bottom: 0cm; line-height: 0.51cm;font-family:arial;" align="justify"> <span style="color: rgb(0, 0, 0);font-size:100%;" > A tarefa fundamental para esta etapa é reconstruir o movimento sindical desde a sua base a partir da organização pelo local de trabalho. Desse modo, a consciência de classe se forma na ação cotidiana, no convívio, na solidariedade, no boicote, na paralisação, no enfrentamento com o patrão. Isso é fruto do trabalho militante junto classe na mesma condição de trabalhador e não algo que se produz automaticamente ou de fora para dentro. </span> </p> <p class="western" style="margin-bottom: 0cm; line-height: 0.51cm;font-family:arial;" align="justify"> <span style="color: rgb(0, 0, 0);font-size:100%;" > A unidade, por sua vez, deve se dar na luta, na ação direta, forjando práticas políticas comuns e rompendo com a cultura que afasta cada vez mais os trabalhadores da organização sindical, como a falta de critérios no que se refere a militantes liberados, pra citar como exemplo. Somente assim que os trabalhadores vão ter como referente a organização sindical e essa fortalecida será capaz de oferecer resistência aos ataques dos governos e dos patrões diante da crise que segue seu curso. </span> </p> <p class="western" style="margin-bottom: 0cm; line-height: 0.51cm;font-family:arial;" align="justify"><span style="font-size:100%;"><br /></span></p> <p class="western" style="margin-bottom: 0cm; line-height: 0.51cm;font-family:arial;" align="justify"> <span style="color: rgb(0, 0, 0);font-size:100%;" ><b>Por uma estratégia de longo prazo por fora dos cálculos eleitorais</b> </span> </p> <p class="western" style="margin-bottom: 0cm; line-height: 0.51cm;font-family:arial;" align="justify"> <span style="color: rgb(0, 0, 0);font-size:100%;" > Estamos no ano da véspera das eleições presidenciais e estaduais de 2010 e a maior parte da esquerda começa a planificar suas ações tomando como marcos fundamentais dois elementos: o primeiro deles é a crise e os efeitos que ela irá produzir, e o segundo são as próprias eleições do próximo ano. </span> </p> <p class="western" style="margin-bottom: 0cm; line-height: 0.51cm;font-family:arial;" align="justify"> <span style="color: rgb(0, 0, 0);font-size:100%;" > Primeiramente, pontuamos a crítica a uma parcela dessa esquerda que defende o conceito de vanguarda, pouco importando a essas o grau de desenvolvimento da auto-organização e da autogestão de instâncias populares. A esses não se trata, no fundo, de criar um povo forte, mas um partido forte. Esse é um reducionismo político total, filho, por outra parte de toda uma concepção geral reducionista. A conseqüência prática dessa concepção é a disputa por aparelhos, a exemplo daqueles que defendem a construção de uma nova central sindical em virtude de pretensões eleitorais, conforme demarcamos a crítica anteriormente. </span> </p> <p class="western" style="margin-bottom: 0cm; line-height: 0.51cm;font-family:arial;" align="justify"> <span style="color: rgb(0, 0, 0);font-size:100%;" > No ano que antecede as eleições, esse mesmo PT operador das políticas neoliberais tenta posar de esquerda, dando holofotes a ex-guerrilheira Dilma e projetando-a para a corrida eleitoral do próximo ano. De certa forma, a aparição de Lula no Fórum Social Mundial, a retórica do próprio partido dizendo se opor ao neoliberalismo e a postura do ministro Tarso Genro no caso Battisti são manifestações que tem muito mais representação simbólica do que um sinal de volta às origens. Essas e outras medidas reforçam os vínculos do campo de esquerda reformist<span style="">a com o atual governo de turno. Esquerda essa que acaba sempre recuando e se agarrando na institucionalidade nos momentos de ofensiva das elites no atual contexto de criminalização da pobreza e dos movimentos sociais. </span></span> </p> <p class="western" style="margin-bottom: 0cm; line-height: 0.51cm;font-family:arial;" align="justify"> <span style="color: rgb(0, 0, 0);font-size:100%;" > Enquanto esquerda de intenção revolucionária, entendemos que o central nesse debate é o tema da estratégia. Em primeiro lugar, um olhar nesse perspectiva significa assumir que é um completo reducionismo político crer que se podem operar mudanças de fundo a partir da democracia burguesa. Tampouco mudanças significativas poderão ocorrer a curto prazo. Se tomarmos como dado de análise veremos que o inimigo de classe possui uma estratégia muito bem clara e definida, a curto, médio e longo prazo. Seja na escala regional, a exemplo da estratégia que o Banco Mundial tem para cada fração do território brasileiro, ou em nível nacional, continental e global como a estratégia dos demais organismos internacionais, das transnacionais e dos países imperialistas. </span> </p> <p class="western" style="margin-bottom: 0cm; line-height: 0.51cm;font-family:arial;" align="justify"> <span style="color: rgb(0, 0, 0);font-size:100%;" > Em segundo lugar, o projeto que defendemos é uma estratégia de Poder Popular que fortaleça as organizações populares para dar confronto à estratégia do inimigo de classe, numa construção que não se corrompe pela institucionalidade burguesa. Nesse processo, os sujeitos são todos os setores que compõem as classes oprimidas, sem menosprezar ou supervalorizar determinado setor de classe. Mesmo porque, os principais sujeitos que protagonizaram as lutas que impuseram algumas derrotas ao neoliberalismo na América Latina, foram justamente indígenas, camponeses, desempregados e precarizados. </span> </p> <p class="western" style="margin-bottom: 0cm; line-height: 0.51cm;font-family:arial;" align="justify"> <span style="color: rgb(0, 0, 0);font-size:100%;" > Dessa maneira, para produzirmos transformações de fundo nesse país a nossa campanha deve ser outra. É uma caminhada longa, onde as mudanças muitas vezes são lentas e onde devemos pensar uma proposta de poder para o país compreedendo a suas especificidades. Não nos servem as teorias prontas, pois elas sequer se encaixam na realidade. Enquanto anarquistas organizados no FAO, nos colocamos no campo da esquerda revolucionária e entendemos que o caminho para se chegar ao socialismo não permite atalhos ou desvios, pois o socialismo será com liberdade ou não será. </span> </p> <p class="western" style="margin-bottom: 0cm; line-height: 0.51cm;font-family:arial;" align="right"> <span style="color: rgb(0, 0, 0);font-size:100%;" > Federação Anarquista Gaúcha - RS</span></p><p class="western" style="margin-bottom: 0cm; line-height: 0.51cm;font-family:arial;" align="right"><span style="color: rgb(0, 0, 0);font-size:100%;" >Coletivo Anarquista Zumbi dos Palmares - AL </span> </p> <p class="western" style="margin-bottom: 0cm; line-height: 0.51cm;font-family:arial;" align="right"> <span style="color: rgb(0, 0, 0);font-size:100%;" >Rusga Libertária - MT </span> </p> <p class="western" style="margin-bottom: 0cm; line-height: 0.51cm;font-family:arial;" align="right"> <span style="color: rgb(0, 0, 0);font-size:100%;" >Vermelho e Negro – BA </span> </p> <p class="western" style="margin-bottom: 0cm; line-height: 0.51cm;font-family:arial;" align="right"> <span style="color: rgb(0, 0, 0);font-size:100%;" >Fórum do Anarquismo Organizado – FAO</span></p><p class="western" style="margin-bottom: 0cm; line-height: 0.51cm;font-family:arial;" align="right"><span style="color: rgb(0, 0, 0);font-size:100%;" >Fevereiro 2009<br /></span> </p> <p class="western" style="margin-bottom: 0cm; line-height: 0.51cm;" align="right"> <span style="color: rgb(0, 0, 0);"> </span> </p> <p class="western" style="margin-bottom: 0cm; line-height: 0.51cm;" align="right"><span style="color: rgb(0, 0, 0);"><span style="font-family:Times New Roman,serif;"><span style="font-size:100%;"><br /></span></span></span></p>CAZPhttp://www.blogger.com/profile/08022017421837205687noreply@blogger.com2tag:blogger.com,1999:blog-5310273604071840917.post-46226270061539324882008-12-22T17:41:00.001-08:002008-12-22T17:51:24.081-08:00Notas de conjuntura alagoana<div style="text-align: center;"><span style="font-weight: bold;font-size:130%;" >Notas de Conjuntura</span><span style="font-size:130%;"><br /></span><span style="font-weight: bold;font-size:130%;" >ALAGOAS</span><br /></div><br /><div style="text-align: justify;"><span style="font-weight: bold;">Apertem os cintos: o piloto é tucano e o caminho é pelas pedras</span><br /><br />O governo estadual, ao contrário do federal, não tem papas na língua. Não é questão de ser pior ou melhor, é apenas uma maneira diferente de operar. É papo reto e a política neoliberal come solta, sem blindagem social. Quem não lembra que FHC chegou a dizer que o PSDB faria de Alagoas o seu laboratório?<br /><br />Evidente que após desgastes em greves e enfrentamentos, arranjos políticos foram feitos, como o recente “pacto pela educação” (ensino médio e fundamental) firmado com o sindicato da categoria e mediado diretamente pelo MEC, na presença de seu chefe Fernando Haddad. Por outro lado a UNEAL arrasta em greve e a UNCISAL também já expôs suas deficiências e sucateamento.<br /><br />O sinal de alerta para os movimentos têm ficado hoje por conta da discussão das Fundações Estatais de Direito Privado, a atingir os hospitais locais e pô-los na lógica do mercado e da precarização do trabalho. Facilitado por medida do governo central de Lula, a coisa vai vir com força por nossas bandas e para enfrentar será preciso superar a timidez e dispersão das primeiras mobilizações a respeito.<br /><br />Destaque também para o programa de Parcerias Público-Privadas. Este tem sido visto com a atenção necessária para aquilo que tem sido a alma das chamadas políticas neoliberais, tanto que seu Conselho Gestor passou a ser presidido pelo vice-governador, José Wanderley (PMDB). O programa das PPP’s é focado nas áreas de infra-estrutura, ciência/tecnologia e agronegócio. O anúncio de privatização nas estradas, com a cobrança de pedágios, corre por aqui.<br /><br />A “linha dura” no modelo de gestão em Alagoas guarda relação com a intensificação nas aproximações com o Banco Mundial (BIRD) e o Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID). Este último atinge a parte de “desenvolvimento econômico” do Estado e o primeiro cuida mais da parte de “modelo de gestão pública”. Recordamos que ainda em 2007 foi notícia as primeiras reuniões entre o Tesouro da União, o Banco Mundial e o Governo de Alagoas, para fechar acordo a respeito da reestruturação da divida pública interna de Alagoas. Naquela ocasião a dívida era avaliada em 6 bilhões, mas hoje, já atinge 7 bilhões.<br /><br />A dívida interna, que não deveria ser pública, visto que foi principalmente contraída para salvar ou incrementar interesses privados (especialmente dos usineiros), é um ponto importante e que deixa Alagoas de mãos atadas, ainda mais dependente de financiamento federal. Para além da discussão de “ajuste fiscal” e de “honrar” com os compromissos financeiros, que em essência não tem significado outra coisa que mais oportunidades para os ricos e mais aperto para os pobres, está em jogo a racionalização e profissionalização de um determinado modelo de gestão pública.<br /><br />Se pensarmos que Alagoas sempre foi marcada como ícone dos mandos e desmandos, a primeira vista isso poderia ser sinal de modernização e, por conseqüência, de melhores momentos. No entanto, é sabido que o tempo corre, o mundo se transforma, a sociedade se diversifica e nisso as estruturas tem se complexificado e naturalmente exigido o aperfeiçoamento de mecanismos de poder e controle.<br /><br /><br /><span style="font-weight: bold;">As taturanas um ano após o escândalo</span><br /><br />É notório que a Operação Taturana abalou velhos caciques da política alagoana. Nas últimas eleições municipais, figuras como Cícero Ferro, Antônio Albuquerque e João Beltrão sofreram derrotas, que se não significam um processo de ascensão e organização do povo em luta, tem algum significado simbólico e até mesmo moral. É claro que eles continuam com força, os Beltrão, perderam em três municípios, porém, ainda estão em outros cinco.<br /><br />Apesar dos pesares, muita água ainda vai passar, visto que das taturanas desencadeou outros processos na justiça – atingindo quase que as mesmas pessoas – como os de crimes de mando, que sempre marcaram a história da política alagoana. Mas se muita água ainda vai rolar, onde ela vai desaguar e o que vai trazer não tem indicado possibilitar maior ganho para uma perspectiva de acúmulo para forças sociais. A questão tem sido abafada na própria institucionalidade, que vai desde o também indiciamento do deputado do PT, Paulão, para a mais recente recusa da bancada do PT em assinar o pedido de cassação de Antônio Albuquerque.<br /><br />No terreno da luta, como já tínhamos avaliado, os movimentos sociais e entidades deixaram passar uma boa oportunidade de ganhar força ideológica e mobilizar variados setores, ainda que nos pareça ser uma pauta mais permeável a indignação de setores médios, em geral motivados por falso moralismo, do que propriamente aqueles que sofrem as maiores conseqüências e amarras da política de mando.<br /><br /><br /><span style="font-weight: bold;">A crise financeira em Alagoas – entre anedotas, cinismo e efeitos</span><br /><br />Ao se falar de crise, não poderia deixar de entrar em cena os profissionais do “discurso da crise”, que historicamente por este meio, sempre teve garantida a legitimidade para o seu saque aos cofres públicos. Os usineiros e grandes fornecedores de cana caíram com o discurso afinado. O usineiro e deputado estadual Fernando Toledo, chegou a dizer, textualmente, que era preciso “fazer um mutirão (na Assembléia do Estado) em prol do setor canavieiro” e que “pessoas que eram consideradas ricas, hoje encontram dificuldade até para comprar comida”. A afirmação dispensa maiores comentários.<br /><br />O curioso é que, segundo especialistas, já em outubro de 2008 as usinas superaram todo o montante de vendas externas do ano de 2007. Se a maior parte do cultivo da cana-de-açúcar é realizado pela própria usina, não é difícil dizer que se os pequenos fornecedores de cana possam possuir uma agenda mais concreta de reivindicações por crédito, o “socorro” e as articulações ficam, no momento, muito mais para oportunismo dos que não admitem nem pensar em possibilidades de qualquer tipo de aperto, pra já ou pra depois, do que por uma situação real.<br /><br />É claro que considerando que a atividade é voltada para o mercado externo, o reflexo da crise no setor é certo e é preciso estarmos atentos aos desdobramentos. Um fato que já ocorre nos últimos anos é a migração dos grupos empresarias alagoanos para o sudeste e centro-oeste do país e a presença cada vez maior do capital estrangeiro no setor sucroalcooleiro, e nesta última questão, a discussão em torno do Etanol tende a aumentar ainda mais essa presença.<br /><br />Cabe nota, que estes que “pedem o penico” são os mesmos que foram notificados por desrespeito aos direitos de trabalhadores do corte de cana. O ano de 2008, que também viu a insatisfação de trabalhadores do corte de cana com algumas greves e bloqueio de estradas, teve a notificação por parte de força tarefa da DRT em 13 das 15 usinas inspecionadas.<br /><br />Voltando ao “colapso financeiro”, dos que “sofrem” de imediato, o destaque inicial vai para o Grupo João Lyra (que tem três usinas em Alagoas e duas em Minas Gerais) e há quem aposte que o mesmo deve desfazer-se de patrimônio para saldar as dívidas, que só com o banco inglês Calyon é da ordem de 70 milhões de dólares. No fim do novembro o grupo deu entrada a pedido de “recuperação judicial” (concordata). Mas a relação disso, parece está mais diretamente ligado com o dinheiro jorrado em sucessivas campanhas eleitorais, suas e de outros, que o fez perder a “gordura” de dinheiro vivo. Ao fim das contas, a concordata que também vem sendo pedida por outros grupos empresarias do setor pelo Brasil afora, não deixa de ser uma maneira de possibilitar a normatização das contas de usineiros com os prazos e benesses que são acostumados.<br /><br />Em Maceió, tivemos um fato curioso, que mais parece anedota, mas trata-se de uma manobra política pegando o vácuo aberto. Mal haviam começado os alarmes dos mercados financeiros e o prefeito de Maceió, o recém reeleito Cícero Almeida, se “antecipou” e anunciou seu “pacote” de contenção de gastos administrativos para amenizar possíveis efeitos da crise. Além de manter seu estilo, numa atitude provavelmente assoviada ou acertada por marqueteiros e consultores políticos – visando a popularidade que como demonstraram o processo eleitoral já é alta – tem a serventia de preparar um terreno para abafar os visíveis e latentes rombos nas finanças da prefeitura.<br /><br />Para efeitos políticos e sociais, deve-se tomar em conta que o desenrolar desta crise pode significar um corte em gastos do PAC e programas sociais. Embora Lula bem saiba o valor político-ideológico destes na blindagem de seu governo e que tenha afirmado não haver cortes destes, não deixou de admitir ao menos uma manutenção dos valores atuais. Isso, por si só, não deixa de ser um corte, pois não acompanha inflação e outros fenômenos da economia. A importância disto para Alagoas está na medida de sua forte dependência de verba federal.<br /></div><br /><div style="text-align: right; font-weight: bold;">Coletivo Anarquista Zumbi dos Palmares, dezembro de 2008</div>Unknownnoreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-5310273604071840917.post-80152088758890559522008-12-17T17:32:00.000-08:002008-12-17T17:37:54.075-08:00Entrevista com anarquista grego<span style=";font-family:arial;font-size:100%;" class="titulo" ><b>OS ANARQUISTAS E A REVOLTA SOCIAL NA GRÉCIA </b></span><span style="font-size:100%;"><br /></span><table align="right" border="0" cellpadding="0" cellspacing="0" width="220" style="font-family:arial;"><tbody><tr><td valign="top" width="10"><span style="font-size:100%;"><br /></span></td><td valign="top" width="200"><span style="font-size:100%;"><img src="http://www.vermelhoenegro.org/fag/admin/capa/imagens/76499_andreas_bn_c32ad.jpg" border="0" width="200" /><br /></span><span class="legenda" style="font-size:100%;">Alexandros Grigoropoulos, jovem anarquista morto pelas forças policiais.<br /></span></td><td valign="top" width="10"><span style="font-size:100%;"><br /></span></td></tr></tbody></table><span style="font-size:100%;"><em style="font-family: arial;">Como nenhuma mídia do poder pode ocultar a Grécia vive desde o dia 05 de dezembro um cenário de revolta popular marcante na história recente da Europa. Dias de fúria social contra os aparelhos repressivos, a classe capitalista e um governo cambaleante pela crise que assusta todo o mundo e joga a conta no emprego e nos direitos sociais dos trabalhadores, os imigrantes e a juventude. Publicamos aqui uma entrevista produzida pela página web espanhola Kaos en la Red com um companheiro anarquista grego que nos faz um quadro geral das lutas e da intervenção libertária nesse processo popular.</em><br /><br /></span> <span style=";font-family:Arial,sans-serif;font-size:100%;" ><i>Kaos en la Red</i> entrevista a Yannis Androulidakis, Secretario Internacional do Sindicato grego, ESE (anarcosindicalista)</span> <p style="margin-bottom: 0cm;font-family:arial;" align="justify"><span style="font-size:100%;"><br /></span></p> <p style="margin-bottom: 0cm;font-family:arial;" align="justify"><span style="font-size:100%;"><br /></span></p> <p style="margin-bottom: 0cm;font-family:arial;" align="justify"><span style="font-size:100%;">1. Em que outras cidades além de Atenas, se efetuaram manifestações de protesto?</span></p> <p style="margin-bottom: 0cm;font-family:arial;" align="justify"><span style="font-size:100%;">As revoltas se acendem por todas partes na Grécia. Incluso nas pequenas cidades, em todos os departamentos do país houveram manifestações, senão é só ver os motins contra a polícia. Eu cito Tessalônica, as 3 grandes cidades de Creta (Héraklion, Hania, Rézymno), Yannena, Agrinio, Patras e Komotini (duas cidades onde tiveram operações comuns entre a polícia e os grupos neonazis), Larissa (onde se acusou um garoto de 14 anos pela lei antiterrorista), Trikala, Kerkyra, Lesvos etc</span></p> <p style="margin-bottom: 0cm;font-family:arial;" align="justify"><span style="font-size:100%;"><br /></span></p> <p style="margin-bottom: 0cm;font-family:arial;" align="justify"><span style="font-size:100%;">2. Onde tem sido mais grandes as mobilizações?</span></p> <p style="margin-bottom: 0cm;font-family:arial;" align="justify"><span style="font-size:100%;">Em Atenas há numerosas "Manis" (manifestações N.T.) todos os dias convocadas por diversos coletivos, ou inclusive chamados por Internet ou SMS. Os alunos de segundo grau cercam todo dia as estações da polícia em toda a cidade. No centro da cidade há três universidades ocupadas por militantes (Escola Politécnica, Escola de Economia e Escola de Direito) Poderiamos dizer que estas três ocupações compõem a coordenação do movimento enquanto se refere aos adultos. Pelo que se refere aos estudantes de ensino médio, se podem observar formas de organização completamente novas, horizontais e formidáveis. Atualmente há ao redor de uns 800 institutos ocupados na Grécia.</span></p> <p style="margin-bottom: 0cm;font-family:arial;" align="justify"><span style="font-size:100%;"><br /></span></p> <p style="margin-bottom: 0cm;font-family:arial;" align="justify"><span style="font-size:100%;">3. Se pode falar de levantamento popular ou se exagera esta afirmação?</span></p> <p style="margin-bottom: 0cm;font-family:arial;" align="justify"><span style="font-size:100%;">Não somente se pode falar de um levantamento popular, se trata da maior rebelião na Grécia desde, ao menos, finais de 1965, provavelmente uma das maiores rebeliões no mundo ocidental desde o Maio de 68 em Paris. Tem que ser destacado que não se trata de uma rebelião de "militantes", ainda que o movimento de esquerda, de extrema-esquerda e sobre tudo dos anarquistas são bastante fortes no país, não se trata tampouco de um movimento dos marginalizados (como em Los Angeles em 1992 ou Paris em 2005), tampouco uma rebelião da "juventude". Gente de todas as idades e de diferentes camadas sociais tem saído às ruas a se enfrentar com a polícia. À ponto do “black block” (muito forte na Grécia), pareça uma força moderada nas ruas. É a cólera social de muitos anos, possivelmente destes 34 anos de república grega, que saiu às ruas.</span></p> <p style="margin-bottom: 0cm;font-family:arial;" align="justify"><span style="font-size:100%;"><br /></span></p> <p style="margin-bottom: 0cm;font-family:arial;" align="justify"><span style="font-size:100%;">4. Qual o papel desempenhado pelos estudantes na origem do protesto?</span></p> <p style="margin-bottom: 0cm;font-family:arial;" align="justify"><span style="font-size:100%;">É difícil distinguir os distintos grupos sociais. Os estudantes de 14 a 16 anos são talves os mais visíveis, estão todos os dias nas ruas, fazem 2 ou 3 manifestações, atacam todos dias vários postos policiais. Às vezes vamos acompanhá-los por temor, para não deixar crianças diante de gente armada, ainda que se trate de uma nova politização que às vezes não comparte os mesmos temores sobre a violência popular. O que costumamos chamar na Grécia “ignorância do perigo”. Os estudantes, por sua parte, tentam vincular esta rebelião com suas próprias pretensões e serão a próxima “bandeira” do movimento, provavelmente.</span></p> <p style="margin-bottom: 0cm;font-family:arial;" align="justify"><span style="font-size:100%;"><br /></span></p> <p style="margin-bottom: 0cm;font-family:arial;" align="justify"><span style="font-size:100%;">5. - Os jovens do sexo masculino são o núcleo dos protestos? Qual o peso que tem os diferentes componentes do anticapitalismo nestas (anarquistas, comunistas, etc)?</span></p> <p style="margin-bottom: 0cm;font-family:arial;" align="justify"><span style="font-size:100%;">Quem quer que diga que "dirige" este movimento é um mentiroso. Se bem tenha sido acendida pelos anarquistas de Atenas, esta rebelião, de súbito, foi esponteamente seguida por todas as identidades políticas. As idéias e os coletivos anticapitalistas foram bem reforçados durante estes dias. Poderíamos distinguir as três ocupações de Atenas, a Escola Politécnica está nas mãos dos anarquistas “puristas” (o que não quer dizer grande coisa atualmente), a Escola de Economia é um lugar em que o anarquismo-luta de classes está muito presente (os comitês de trabalhadores foram ao seio desta ocupação para ir aos lugares de trabalho e discutir com os operários) e a Escola de Direito agrupa a parte maior da extrema esquerda. Resta acrescentar que no que concerne à esquerda parlamentária, o Partido Comunista (sempre stalinista) denuncia a “rebeliãodice” dos “provocadores”, ao mesmo tempo que partido “Synapismos” (Esquerda Européia), participa da manifestação sem tomar parte em nenhum processo do movimento.</span></p> <p style="margin-bottom: 0cm;font-family:arial;" align="justify"><span style="font-size:100%;"><br /></span></p> <p style="margin-bottom: 0cm;font-family:arial;" align="justify"><span style="font-size:100%;">6- Como avalias o seguimento da recente greve geral?</span></p> <p style="margin-bottom: 0cm;font-family:arial;" align="justify"><span style="font-size:100%;">A única central oficial do país, GSEE, é históricamente culpada por sua ausência neste movimento. Esta ausência da maior rebelião destes 50 anos assinala a derrota e a falha do sindicalismo estatal e burocrático. A greve do 10 de dezembro foi proclamada antes do assassinato do companheiro Alexandros, para reivindicar medidas contra a crise. Então o GSEE tem que decidir (depois de um pedido do primeiro ministro) se anula a manifestação de protesto para não participar do motim! Este comportamento se opõe aos interesses populares e operários, avança à colaboração de classe contra a luta de classes. Denunciamos esta política de traição do GSEE e reiteramos a necessidade urgente de uma nova confederação sindical na Grécia. Acrescento que a pesar do GSEE, várias dezenas de milhares se manifestaram em Atenas e em outros lugares, sob o chamamento dos coletivos operários, as ocupações e certas uniões. A participação na greve foi bastante grande também, visto que uma grande parte do processo produtivo estava já cortada no país.</span></p> <p style="margin-bottom: 0cm;font-family:arial;" align="justify"><span style="font-size:100%;"><br /></span></p> <p style="margin-bottom: 0cm;font-family:arial;" align="justify"><span style="font-size:100%;">7-Qual o papel que jogam os meios de comunicação gregos? A nível internacional, os meios de comunicação falam de “vandalismo”.</span></p> <p style="margin-bottom: 0cm;font-family:arial;" align="justify"><span style="font-size:100%;">Os meios de comunicação desempenham papel de “véu escuro”. Várias vezes publicaram mentiras sobre “vandalismos” que nunca aconteceram (biblioteca nacional queimada, academia destroçada, possivelmente amanhã poderão falar de demolição do Pantheon) ou se difundem rumores que há um pedestre morto por uma pedra.</span></p> <p style="margin-bottom: 0cm;font-family:arial;" align="justify"><span style="font-size:100%;">No dia seguinte dizem: “éé, sim, isto nunca aconteceu antes, tu vê... É que com a bagunça de ontem, tivemos estas informações”. A realidade é (posso assegurar isto pessoalmente como jornalista), que de tais “informações” escapam todos os dias da polícia e depois os meios de comunicação as reproduzem sem o menor controle. Outras vezes, os meios de comunicação falam que anarquistas na França, na Espanha e na Itália já estão a caminho para ajudar os anarquistas gregos. Mas que outra coisa se pode esperar dos meios de comunicação oficiais, já que seus proprietários são os mesmos capitalistas que exigiram a política econômica que motivou esta rebelião? Acrescento que as agressões da polícia durante estes dias (disparos, torturas, etc.) estão sempre presentes nas páginas web alternativas como a athens.indimedya.org, indy.gr e os meios de comunicação só o reproduzem quando já estão conhecidas. Passou o mesmo com o assassinato do companheiro Alexandos.</span></p> <p style="margin-bottom: 0cm;font-family:arial;" align="justify"><span style="font-size:100%;"><br /></span></p> <p style="margin-bottom: 0cm;font-family:arial;" align="justify"><span style="font-size:100%;">8- É normal este comportamento da polícia grega? </span></p> <p style="margin-bottom: 0cm;font-family:arial;" align="justify"><span style="font-size:100%;">O Comissário do Conselho da Europa T. Hamarberg (suponho que não seja anarquista...) denunciou a violência excessiva e permanente da polícia grega, na medida em que a polícia goza de impunidade diante dos tribunais. Por último, se propôs o desarme da polícia grega por razões de segurança. Desde o assassinato do camarada Alexandros tivemos 400 feridos, pelos disparos “às cegas” que se realizam todos os dias, dezenas de manifestantes feridos pela tortura da polícia.</span></p> <p style="margin-bottom: 0cm;font-family:arial;" align="justify"><span style="font-size:100%;"><br /></span></p> <p style="margin-bottom: 0cm;font-family:arial;" align="justify"><span style="font-size:100%;">9- Como podemos analisar o assassinato deste jovem de 15 anos? É talvez o começo de uma aumento da repressão que se aproxima?</span></p> <p style="margin-bottom: 0cm;font-family:arial;" align="justify"><span style="font-size:100%;">O companheiro Alexandros não foi a primeira vítima da violência policial na Grécia. Desde a transição política (1974) temos por volta de 100 mortos por disparos da polícia grega. Os ativistas, imigrantes, ciganos, jovens, descapacitados, inclusive crianças! Faz três anos, a polícia começou em Exarheia um assalto a este bairro de Atenas com uma longa história militante. Mas não se pode esquecer que a repressão estatal é cada vez maior com a repressão econômica, a pobreza, etc. Em uma Europa que requer 70 horas de trabalho semanal aos trabalhadores, a repressão é o único “argumento” dos empregadores e dos estados. Por tanto, estamos em um período de grande repressão em todo o mundo.</span></p> <p style="margin-bottom: 0cm;font-family:arial;" align="justify"><span style="font-size:100%;"><br /></span></p><p style="margin-bottom: 0cm;font-family:arial;" align="justify"><span style="font-size:100%;">10- O sindicato que você representa pede a demissão do governo grego? </span></p> <p style="margin-bottom: 0cm;font-family:arial;" align="justify"><span style="font-size:100%;">Em primeiro lugar, temos que dizer que o sindicato SEA Atenas não tem processos iniciados foram do que está sucedendo. Estamos todos em assembléias e suspendemos toda a “vida orgânica”. Não somos uma parte que vai separadamente a organizar uma revolta. Somos um pedaço da revolta, nossa vida é o ativismo nas ocupações e as assembléias. Nossas demandas são as das Assembléias. Sobre a tua pergunta, não acreditamos que uma mudança de governo pode mudar nossas vidas. Necessitamos uma mudança de desistema econômico. A assembléia da ocupação da Escola Econômica, chamou ao desarme da polícia e a supressão das forças especiais.</span></p> <p style="margin-bottom: 0cm;font-family:arial;" align="justify"><span style="font-size:100%;">Depois de tudo, se o governo cair será por causa de uma revolta que demonstrará que as pessoas têm a capacidade para ganhar o poder.</span></p> <p style="margin-bottom: 0cm;font-family:arial;" align="justify"><span style="font-size:100%;"><br /></span></p> <p style="margin-bottom: 0cm;font-family:arial;" align="justify"><span style="font-size:100%;">11- Como se põe em ação o movimento anarquista em suas diversas correntas nas lutas e protesto?</span></p> <p style="margin-bottom: 0cm;font-family:arial;" align="justify"><span style="font-size:100%;">Os anarquistas foram os primeiros que acenderam a revolta, na noite do assassintado de Alexandros. Eles participaram em todas as ações de rua e asseguraram que a ira e a violência das pessoas se movesse em direção aos bancos, às multinacionais e às comissarías de polícia e não aos pequenos comércios e automóveis. Não devemos esquecer que a polícia secreta fez esforços par converter os distúrbios em uma “violência cega”. Mas não tiveram êxito.</span></p> <p style="margin-bottom: 0cm;font-family:arial;" align="justify"><span style="font-size:100%;">Por outra parte, são os anarquistas que operam em todas as ocupações. Pessoalmente sou parte de um núcleo que exige que os trabalhadores se envolvam abertamente nas ocupações, como é o caso visível dos ativistas da ocupação da Escola de Econômia..</span></p> <p style="margin-bottom: 0cm;font-family:arial;" align="justify"><span style="font-size:100%;"><br /></span></p><p style="margin-bottom: 0cm;font-family:arial;" align="justify"><span style="font-size:100%;">12- Como afeta a Grécia a crise econômica?</span></p> <p style="margin-bottom: 0cm;font-family:arial;" align="justify"><span style="font-size:100%;">Inclusive antes da crise, a situação na Grécia era bastante difícil. De maneira que, a partir de 1996 os políticos falam da “poderosa Grécia”, referindo-se à capital do negócio dos Balcãns, quando dos jogos olímpicos. O salário mínimo não excedia de 650 euros, enquanto existia uma grande precariedade entre os jovens, especialmente. A maioria das pessoas e das famílias têm grandes dívidas devido à investida dos bancos na economia grega. Depois do Crack, os patrões começaram a despedir “para reduzir os custos”, aumentou a incerteza, mas também a ira das pessoasl existe uma grande precariedade antes de la crisis, la situación en Grecia era bastante difícil. </span></p> <p style="margin-bottom: 0cm;font-family:arial;" align="justify"><span style="font-size:100%;"><br /></span></p><p style="margin-bottom: 0cm;font-family:arial;" align="justify"><span style="font-size:100%;">13- Você acredita que estes fatos também estão vinculados com a crise capitalista internacional?</span></p> <p style="margin-bottom: 0cm;font-family:arial;" align="justify"><span style="font-size:100%;">Como disse, sim. A crise aumentou a ansiedade e a ira das pessoas. Também reforça o sentir de que não podemos confiar nos amor deste mundo e que nossa emancipação chegará através de nós mesmos.</span></p> <p style="margin-bottom: 0cm;font-family:arial;" align="justify"><span style="font-size:100%;"><br /></span></p><p style="margin-bottom: 0cm;font-family:arial;" align="justify"><span style="font-size:100%;">14- O que você espera destas mobilizações?</span></p> <p style="margin-bottom: 0cm;font-family:arial;" align="justify"><span style="font-size:100%;">As mobilizações sempre dão resultados inesperados. A realidade já superou muitos planos e projetos das organizações e ativistas. Mas por outro lado, este movimento não se fez, até o momento, demandas concretas. Pessoalmente, o que espero é sair deste novo movimento com estruturas de trabalhadores, os sindicais, sociais e populares mais organizadas e mais concretas na luta. Mas, tendo em conta o que está acontecendo na Grécia, também espero que a realidade seguirá sendo superior a nossas expectativas. Já vivemos aqui e podemos fazê-lo de novo. Não se pode esquecer que há uma inteligência que supera a inteligência de todos os gênios. E é a inteligência coletiva do mundo, é a inteligência das pessoas saindo Às ruas para restabelecer a vida.</span></p><span style="font-size:100%;"><br /><br /></span><div style="text-align: right;"><span style="font-size:100%;"><span style="font-family:arial;">Fonte: </span><a style="font-family: arial;" href="http://www.vermelhoenegro.org/fag/leiaindex.php?titulosel=7d6f9fc05fb7b3adcf5e097635f45432">FAG</a></span></div>CAZPhttp://www.blogger.com/profile/08022017421837205687noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-5310273604071840917.post-25687859955540215362008-12-04T07:53:00.000-08:002008-12-04T07:58:26.048-08:00[Boletim] discutindo classe, território e luta<span style="font-weight: bold;">ONDE HÁ OPRESSÃO, QUE SE ORGANIZE A RESISTÊNCIA<br />Uma breve discussão sobre classe, território e luta</span><br /><br /><div style="text-align: justify;">A organização dos setores explorados da sociedade enquanto classe trabalhadora é a forma clássica que se constituiu de se enfrentar a elite capitalista no século XIX. Eixo fundamental para se colocar a frente todas as contradições de classe proveniente da relação contraditória entre capital e trabalho.<br /><br />Com o desenvolvimento do capitalismo e a industrialização de alguns países, também se desenvolve a classe operária, que a partir do seu trabalho gera toda a riqueza expropriada pelos patrões. Aos trabalhadores resta uma pequena parte da riqueza produzida, suficiente para garantir, muito mal, a sua reprodução enquanto força de trabalho. Sobre esse ponto fundamenta-se toda a lógica do sistema capitalista, que não se resume a isso, mas as demais questões se relacionam de forma direta ou indireta com esse fato.<br /><br />No século XIX, os trabalhadores possuíam jornadas de trabalhos muito duras, que chegava a passar das 15h por dia. Até parte do século XX, viviam nas antigas vilas operárias. Compartilhavam, portanto, um convívio não só no trabalho, mas no bairro, o que de certa forma favorecia a identificação enquanto classe e dava um formato a reivindicações comuns que não se restringiam apenas a questão salarial e de jornada de trabalho.<br /><br />Durante todo o século XX, as relações de trabalho mudam e o capital se adapta às mudanças ocorridas, sempre arrumando novos meios de explorar a classe trabalhadora e garantir a sua reprodução.<br /><br />Com o tempo, não apenas os operários fabris passam a buscar uma organização e a discutir a suas lutas mais imediatas em relação a um projeto de transformação social. Outras categorias de trabalhadores e até mesmos outros agrupamentos sociais, como estudantes, movimentos de bairro, movimento ambiental, feminista, etc., passam a abraçar a causa que originalmente fora levantada pelos operários.<br /><br />A identificação do povo enquanto setor explorado que precisa se organizar não é exclusivo dos operários fabris. Veja a importância das periferias das grandes cidades, que na maioria das vezes estão à margem do que a humanidade produziu de mais avançado nos diversos aspectos da vida. Não é a clássica exploração da mais valia, mas a manutenção desses setores nessa situação é de fundamental importância para reprodução do capital. Bem como os setores de serviços, pois sem a exploração dos trabalhadores desses setores não há uma reprodução eficiente do capital.<br /><br />Existem vários aspectos da sociedade que não estão vinculados diretamente com a exploração econômica (cultura, meio ambiente, gênero, etc) que também são importantes na luta por uma nova sociedade. Porém, nenhum desses aspectos explica sozinho a origem das contradições entre as classes sociais. Na verdade, eles tendem a se relacionar de maneira direta ou indireta com as questões econômicas. O fator econômico é a base de entendimento para a lógica da sociedade em que vivemos, mas ele sozinho também é insuficiente para dar conta, pois a questão da transformação social não é somente um problema de economia.<br /><br />Os operários fabris não são a maioria de nossa sociedade e cada vez mais têm seu trabalho precarizado, como no caso das terceirizações, por exemplo. Sua luta é central, a mais estratégica para colocar em cheque o modo de produção capitalista. Mas de maneira alguma pode ser feita à revelia dos demais setores explorados de nossa sociedade. Uma nova sociedade é para todos e o seu projeto de transformação tem que ser impulsionado e construído pelos setores explorados de nossa sociedade.<br /><br />Em particular, ressaltamos a importância da população das periferias de se organizarem. Até mesmo os operários que antigamente se agrupavam nas vilas operárias, hoje, em sua maior parte, estão pulverizados pelas periferias. Há uma identificação, em potencial, muito forte dos moradores desses lugares de se identificarem como um grupo que compõe a vida social das cidades e que são a maioria explorada. Juntos não podem paralisar a produção de riqueza material, mas podem lutar por ampliações de direitos, pela melhoria mais imediata de suas vidas.<br /><br />Se essa luta é travada baseada nos princípios de solidariedade de classe, autogestão, ação direta e independente de políticos e patrões sua importância transcende a essas reivindicações mais imediatas e colabora no desenvolvimento de uma ideologia libertadora que não encontrará outra saída se não almejar a emancipação humana. Esse tipo de luta pode, inclusive, contaminar outros setores que a partir da luta no seu local de moradia podem levar esses ideais para outros ambientes.<br /></div><br /><div style="text-align: right;"><span style="font-weight: bold;">BOLETIM CAZP - DEZ/08</span></div>Unknownnoreply@blogger.com1tag:blogger.com,1999:blog-5310273604071840917.post-11149917910198823962008-12-04T07:43:00.000-08:002008-12-04T07:58:42.862-08:00[Boletim] A equação do peleguismo em Maceió<span style="font-weight: bold;">CAMINHOS E DESCAMINHOS:<br />a equação do peleguismo em Maceió</span><br /><br /><div style="text-align: justify;">A Câmera de Vereadores de Maceió terá em 2009 dois pretensos “mandatos populares”. Ao menos é assim que, por vezes, se tem propagado a eleição de Heloisa Helena e Ricardo Barbosa, ambos do Partido Socialismo e Liberdade (PSOL).<br /><br />A votação de HH foi sem dúvida arrebatadora, a maior da história de Maceió, quase o dobro da do segundo lugar. Isso garantiu de quebra, por conta do coeficiente eleitoral, levar Ricardo Barbosa com apenas 450 votos.<br /><br />Da parte de HH foram feitas criticas públicas após o resultado, a respeito do critério de coeficiente eleitoral que garantiu ao PSOL mais um assento, mesmo tendo seu segundo uma baixíssima votação. A serventia é dupla. Pelo lado pessoal (de Heloísa), mantém a sua áurea de “coerente” frente à “opinião pública”. E pelo lado partidário, no fim das contas o que é será. Ou seja, missão cumprida: elege-se um e leva outro.<br /><br />A expressiva votação de HH tem relação com determinada credibilidade que a mesma construiu em seus oito anos de senado. É a política que guarda em si uma áurea de “ética” e de que, em cargo legislativo, é uma boa pedida para brigar com os “corruptos” lá dentro. Seria esse o ideário que permeou boa parte daqueles que depositaram sua confiança na principal figura pública do PSOL, que dizia em sua campanha recomeçar “humildemente” como vereadora.<br /><br />É claro que não se tratava de humildade, e sim de estratégia política do PSOL. Essa, é a inserção no jogo político institucional ocupando cargos parlamentares que viram a fonte de energia e marco estruturador de toda a sua vida partidária. Nada novo. A tática, pois, foi pôr HH como “humilde” vereadora na intenção de garantir, no mínimo, um. Com dois, melhor não poderia ter sido.<br /><br />Até 2010, pois para os partidos das eleições burguesas contam-se os anos de dois em dois, muitas águas vão rolar, jogo de forças internas e vaidades e projetos pessoais também. Para quem não enxerga um palmo além de uma eleição e seus acordos tácitos e formais, para quem não vê nada além do que gira ao seu redor e, sobretudo, para quem não pensa em estratégia de ruptura em longo prazo a trajetória não pode ser outra senão a que toda a história já nos ensinou, inclusive, a recente do PT.<br /><br />Os anarquistas de matriz especifista têm colocado que da velha fórmula de pragmatismo político, mais participação eleitoral e construção de partido de massa, não pode ter outro resultado que não reformismo e traição de classe. Nada além disso tem sido gerado historicamente por esta equação política e para os trabalhadores não tem ficado outra coisa senão seu desarme político-ideológico desde as suas bases.<br /><br />Para nós, anarquistas do CAZP, a militância não é meio de vida nem forma de ascensão social. Ao contrário disso, a política eleitoral não oferece outra coisa. Malatesta não se enganou quando dizia que a medida que os socialistas se fortalecem nas lutas parlamentares, é a medida em que eles deixam de lado as idéias socialistas de radical transformação social.<br /><br />Ora, vejamos sob que quadro político-parlamentar irá atuar os dois candidatos do PSOL. A composição da Câmera de Vereadores, além dos de famílias mais tradicionais, têm o que foi eleito mesmo estando preso, os que se garantem por seus projetos sociais auto-promocionais e financiados com dinheiro público, têm pastor, têm as que por bem ou por mal se valeram da condição de portadoras de necessidades especiais e, como já de praxe, têm a representação oriunda de programas policiais.<br /><br />Não é para fazer caricatura ou folclore, muito embora seja difícil se esquivar disso com esse quadro. Mas, perguntamos: o que os “socialistas parlamentares” poderão fazer? O reeleito Cícero Almeida (PP), potencial candidato ao governo do Estado, está com quase toda a bancada. Mas de onde veio o sucesso eleitoral do PSOL? Base social organizada? Busca de novas alternativas? Nada disso, apenas um fenômeno de personificação “ética” e, pior, sem lastro na luta popular.<br /><br />Quem quiser que acredite em “mandato popular” e oportunidades para os de baixo. Não somos profetas, nem tão poucos ilusionistas. Somos anarquistas e buscamos fincar raízes pela luta popular de longo prazo. A gente se encontra na rua.<br /></div><br /><div style="text-align: right; font-weight: bold;">BOLETIM CAZP - DEZ/08</div>Unknownnoreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-5310273604071840917.post-43554047552092030982008-11-28T13:09:00.000-08:002008-11-28T13:13:08.131-08:00[Formação] O problema da organização e a noção de síntese<div style="text-align: center;"><span style="font-weight: bold;">O PROBLEMA DA ORGANIZAÇÃO E A NOÇÃO DE SÍNTESE</span><br />Grupo de Anarquistas Russos no Estrangeiro<br />(Comitê Editorial de Dielo Trouda)<br /></div><br /><div style="text-align: justify;"> Muitos companheiros têm dado sua opinião nas colunas do Dielo Trouda (“A Causa Operária”), a respeito da questão dos princípios anarquistas e do formato organizativo. Nem todos sem aproximam do problema desde o mesmo ângulo. A essência deste problema, segundo entende o comitê editorial do Dielo Trouda, consiste no seguinte.<br /><br />Os anarquistas que agitam e lutam pela emancipação do proletariado devem, a todo custo, pôr fim a dispersão e a desorganização que abundam em nossas fileiras já que estas destroem nossas fortalezas e nossos esforços libertários. A forma de superar isto é criar uma organização que talvez não agrupe a todos os militantes ativos do anarquismo, porém, certamente a maioria deles sob a base de posições táticas e teóricas específicas, e nos leve a um firme entendimento de como estas se devem aplicar na prática.<br /><br />Não é necessário dizer que, para tratar esta questão, deve-se lançar mão para a elaboração de posições teóricas e táticas que forneça a base, a plataforma, para esta organização. Pois, se não associarmos a idéia de tal organização com posições teóricas e táticas bem definidas, podemos desperdiçar nosso tempo falando da necessidade de organizar nossas forças sem ganhar nada com ela.<br /><br />O Grupo de Anarquistas Russos no Estrangeiro nunca tem perdido de vista essa última questão. Em uma série de artigos publicados no Dielo Trouda, seu ponto de vista tem sido parcialmente exposto em assuntos de particular importância para um programa: a relação do anarquismo com a luta das classes dos explorados, sindicalismo revolucionário, o período de transição, etc.<br />Nossa próxima tarefa será chegar a uma clara formulação de todas essas posições e princípios para logo expô-los em uma plataforma organizativa mais ou menos acabada, a qual servirá de base para unir certo número de militantes e grupos em uma mesma organização. Esta última, por sua vez, servirá de trampolim para uma fusão mais completa das forças do movimento anarquista.<br /><br />Esta é, então, o caminho que temos escolhido para a resolução do problema organizativo. Não é nossa intenção proceder, nesta ocasião, com um re-exame total de valores ou a elaboração de novas posições. Nossa visão é que qualquer coisa necessária para a construção de uma organização anarquista, fundada sob uma plataforma dada, pode ser encontrada no Comunismo Libertário que expõe a luta de classes, a liberdade e a igualdade de todos os trabalhadores, e que encontra sua realização na Comuna anarquista.<br /><br />Aqueles companheiros que são partidários da noção de “Síntese” teórica entre as variadas correntes do anarquismo têm uma noção muito distinta da questão organizativa. É lastimável que sua visão esteja tão debilmente exposta e elaborada, e que seja, então, muito difícil fazer uma crítica cabal dela. Essencialmente, sua noção é como segue. O anarquismo se divide em três ramos: anarquismo comunista, anarco-sindicalismo e anarquismo individualista. Pese a que cada um destes ramos tem de particulares, os três se parecem tanto e são tão próximos um ao outro, que é só graças a mal entendidos superficiais que tem existência como ramos separados.<br /><br />A fim de dar surgimento a um movimento anarquista forte e poderoso, é necessário que ele se funda completamente. Essa fusão, por sua vez, implica em uma síntese teórica e filosófica dos ensinamentos sobre as quais cada um desses ramos se funde. Só depois da síntese teórica desses ensinamentos, podemos abordar a estrutura e o formato de uma organização que represente as três tendências. Tal é o conteúdo da Síntese assim concebida, como tem sido exposta na “Declaração dos anarquistas trabalhando conjuntamente”, e uns quantos artigos de Volin <span style="font-weight: bold;">[1]</span>, publicados no Anarjichéskii Véstnik (“Mensageiro Anarquista”) e no Dielo Trouda (números 8 e 9). Nós estamos de total desacordo com esta idéia. Sua inadequação é notoriamente óbvia. Para começar, por que esta divisão arbitrária do anarquismo em três ramos? Há outros também. Podemos mencionar, por exemplo, o Anarquismo cristão, o Associacionismo, o qual seja dito de passagem, é mais próximo ao comunismo anarquista que ao individualismo anarquista. Então, qual é, precisamente, a consistência das discrepâncias “teóricas e filosóficas” entre as já mencionadas três tendências, sem querer aperceber uma síntese entre elas?<br /><br />Antes de falar entre uma síntese teórica entre o comunismo, o sindicalismo e o individualismo, necessitamos analisar estas correntes. A análise teórica mostra rapidamente o grau em que o desejo de sintetizar essas correntes é descabido e absurdo. De fato, falar de uma “síntese entre comunismo e sindicalismo” não significa resistência entre eles? Muitos anarquistas têm visto o sindicalismo como uma das expressões do movimento revolucionário proletário, com um dos métodos de luta expostos pela classe operária em sua luta pela emancipação.<br /><br />Nós entendemos o Comunismo como o objetivo de libertação da classe produtora. Então, pode o fim estar em contradição com seus meios? Só um raciocínio débil de um intelectual diletante, ignorante da história do pensamento comunista libertário pode pôr-los a parte, em paralelo, para tratar de fazê-los chegar a uma síntese. Por nossa parte, estamos bem conscientes que o comunismo libertário sempre tem sido sindicalista na medida em que contempla a existência e expansão de organizações de ofício independentes como uma necessidade para a vitória social dos explorados.<br /><br />Então, só pode ser e na realidade não é senão um assunto, não de síntese teórica do comunismo e do sindicalismo, mas do papel que deve ser atribuído ao sindicalismo nas táticas do comunismo anarquista e na Revolução Social dos explorados.<br /><br />A incoerência teórica de quem apóia a Síntese é ainda mais chocante quando tratam de chegar a uma síntese entre comunismo e individualismo. De fato, em que consiste o anarquismo dos individualistas? Na noção de liberdade dos indivíduos? Porém, o que é a “individualidade”? É a individualidade em geral, ou a “individualidade” oprimida dos explorados?<br /><br />Não há tal coisa de “individualidade em geral” porque de uma ou outra maneira, todo indivíduo se encontra a si mesmo, objetiva ou subjetivamente, nas fileiras do Trabalho ou nas fileiras do Capital. Porém, esta idéia não está implícita no comunismo libertário? Poderíamos inclusive dizer que a liberdade do indivíduo, enquanto explorado, só é realizável no contexto de uma sociedade comunista libertária que tenha um interesse escrupuloso, tanto na solidariedade social, como no respeito aos direitos do indivíduo.<br /><br />A Comuna anarquista é o modelo de relações sociais e econômicas melhor adaptado para realizar o desenvolvimento da liberdade do indivíduo. O comunismo anarquista não é um esquema social rígido, inflexível, o qual uma vez alcançado está completo e ponha termo ao desenvolvimento do indivíduo. Ao contrário, sua organização social fluída e elástica, se desenrolará, aumentando em complexidade e sempre buscando melhoras para que a liberdade dos indivíduos se expanda sem obstáculos.<br /><br />Da mesma maneira, o anti-estatismo é um dos princípios fundamentais do comunismo anarquista. Ademais, este tem um conteúdo social e uma expressão real. O comunismo anarquista rechaça o estatismo em nome da independência social e da autogestão das classes trabalhadoras. Porém, o individualismo, sob que base rechaça o Estado? Assumindo que o rechaça! Certos teóricos do individualismo são partidários do direito a propriedade privada nas relações pessoais e econômicas, indistintivamente. Porém, aonde os princípios de propriedade privada e fortuna pessoal existam, existirá inevitavelmente uma luta de interesses econômicos e surgirá uma estrutura estatal criada pelos mais poderosos economicamente. Então, o que nos permanece do individualismo anarquista? A negação da luta de classes, a negação do princípio de organização anarquista cuja finalidade seja a sociedade livre dos trabalhadores iguais. E mais ainda, a tagarelice vazia, estimulando aos trabalhadores infelizes com sua existência, a tomar sua parte recorrendo a soluções pessoais, supostamente abertas a eles enquanto indivíduos liberados. <span style="font-weight: bold;">[2]</span><br /><br />Porém, o que há em tudo isso que se possa ser definido como anarquista? Onde estão os elementos necessários para uma síntese com o comunismo? Toda essa filosofia nada tem a ver com a teoria ou a prática anarquista e é improvável que um operário anarquista se sinta inclinado conforme essa “filosofia”.<br /><br />Como temos visto, então, a análise das tarefas teóricas impostas a Síntese nos leva a um beco sem saída. E nos encontramos na mesma situação quando examinamos os aspectos práticos deste problema. Devemos, então, escolher entre duas opções.<br /><br />Que as tendências nomeadas persistam como tendências independentes, em cujo caso, como vão continuar com suas atividades em uma organização comum, se o propósito desta é precisamente afinar as atividades anarquistas segundo acordos específicos?<br /><br />Ou estas tendências podem perder suas características e, fundindo-se, dar origem a uma nova tendência que não será nem comunista, nem sindicalista, nem individualista... Porém, em todo caso, quais seriam suas características e posições fundamentais?<br /><br />Parece-nos que a noção de Síntese se funda sobre uma completa aberração, uma coleta superficial de aspectos básicos das três tendências que os partidários da Síntese pretendem fundir em uma só.<br /><br />A tendência central, a coluna vertebral do anarquismo se encontra representada pelo comunismo anarquista. O anarquismo individualista é, no melhor dos casos, só um fenômeno filosófico e literário, porém não um movimento social. E ocorre freqüentemente que os últimos, ao ver-se envolvidos em política, terminam como caprichosos burgueses (tal qual Tucker e outros individualistas). <span style="font-weight: bold;">[3]</span><br /><br />O anterior não significa, em absoluto, que estamos contra os esforços concentrados entre anarquistas de múltiplas opiniões. Ao contrário: não podemos senão saudar todo o esforço que aproximem aos anarquistas revolucionários na prática.<br /><br />Todavia, esse pode ser obtido na prática, em concreto, por meio do estabelecimento de vínculos entre organizações já estabelecidas e fortes, em cujo caso, trataremos só com tarefas práticas específicas, sem requerer síntese e de fato, evitando-la. No entanto, cremos que na medida em que os anarquistas clareiam mais suas posturas básicas – a essência do comunismo libertário – mais se encontram de acordo em questões de princípios e irão erigir, sob essa base, uma organização ampla que forneça um guia nas questões sócio-políticas, assim como nas questões sindicais e gremiais.<br /><br />Portanto, não vemos nenhuma classe de vínculo entre o problema organizativo e a noção de síntese. Se quiser resolver este problema, não há necessidade de ver-se arrastado por teorizações vagas e esperar delas obter resultados. A bagagem que o anarquismo tem acumulado em seus anos de existência e de luta social é mais que suficiente. Necessitamos somente tomar a devida conta disso, aplicá-la as condições e exigências da vida, para assim construir uma organização que seja referência.<br /><br /><div style="text-align: right; font-weight: bold;">Grupo de Anarquistas Russos no Estrageiro<br />(Comitê Editorial de Dielo Trouda)<br />(Dielo Trouda nº 10, março de 1926)<br /></div><br /><br /><span style="font-weight: bold;">Notas do tradutor espanhol:</span><br /><span style="font-weight: bold;">[1]</span> Pseudônimo de Vsevolod M. Eichenbaum (1882-1945), anarquista russo de origem privilegiada. Até 1911 militou nas fileiras do Partido Social-Revolucionário russo, depois do qual se aproximou aos círculos exilados russos na França e nos EUA, onde se interessou pelo anarco-sindicalismo. Voltou a Rússia durante a revolução em 1917, onde dirigiu o periódico Golos Truda (“A Voz Operária”), primeiro em São Petersburgo, e logo em Moscou. Ao final de 1918 e começos de 1919, se muda para Ucrânia (Khárkov) onde toma parte na confederação anarquista Nabat. Durante um brevíssimo lapso de tempo, em 1919, toma parte na comissão de cultura e educação do Exército de Campesinos Insurgentes (Makhnovista). Neste período desenvolve pela primeira vez suas teorias “Síntetistas” aos quais chamou Edinyi Anarjizm (Anarquismo Único), em alguns artigos do periódico Nabat. Os primeiros a criticá-las foram os anarco-sindicalistas russos. Logo é levado a prisão pelos bolcheviques de onde sai em direção ao exílio em Berlin em janeiro de 1922. Posteriormente chegará a França, onde terá grandes discrepâncias com o Grupo de Anarquistas Russos no Estrangeiro, sobre as causas da derrota dos libertários na Revolução Russa de 1917-1921, sobre as lições a extrair dessa experiência e sobre o problema da organização revolucionária anarquista. Este artigo é parte do debate entre “plataformistas” e “sintetistas” a respeito do problema da organização.<br /><span style="font-weight: bold;">[2] </span>Refere-se às escolas anarquistas individualistas que trocam o ideal de emancipação social por um código de comportamento ético, por um estilo de vida, que vai desde o rechaço individual de todo código de comportamento considerado “burguês” até o ilegalismo, ou seja, a teoria de transformar a atividade delinqüente comum em uma atividade de emancipação individual. Seu principal órgão de difusão foi o periódico L'Anarchie, de París (1905-1914), e os principais animadores do ilegalismo foram Albert Libertad, Mauricius, Emile Armand e Le Rétif (Victor Serge). Estas teorias conduziram a um desastre político, organizativo e humano para o anarquismo francês anterior a Primeira Guerra Mundial, graças ao qual um sem número de delinqüentes comuns encontrou um “álibi político” para as mais execráveis ações anti-sociais (já que em seu rechaço a luta de classes e a aceitação do indivíduo como o único ponto de referência teórica, dava ao mesmo setor social de que provinham as vítimas). As ações dos ilegalistas nada tem a ver com as justas ações de expropriação dos Alexander Jacob, dos Arcángel Roscigna, de um Buenaventura Durruti ou de um Vittorio Pinni, que se dedicaram a financiar o movimento operário e anarquista com ações de expropriação a Bancos e importantes capitalistas. Os ilegalistas só perseguiam o bem estar pessoal, individual, egoísticamente, sem pensar as conseqüências de suas atividades. Suas ações de expropriação só beneficiavam a eles, e muitas vezes, prejudicavam os demais.<br /><span style="font-weight: bold;">[3] </span>Menção a Bejamin Tucker, individualista “anarquista” estadunidense do final do século XIX, fundador do periódico Liberty. Suas doutrinas têm mais relação com uma versão radical do liberalismo burguês que com o anarquismo revolucionário, popular e classista. Inclusive, levando seu liberalismo radical ao seu extremo lógico, chega a dizer, em seus escritos, que os capitalistas tinham o direito de recorrer ao Estado para reprimir as greves operárias, em defesa de seus interesses “individuais”. Flor de “anarquia”! Nele se podem encontrar as raízes do “anarco”-capitalismo, nome político do neoliberalismo radical, formulado na Escola de Chicago. É um bom exemplo dessa classe de gente que, sem ter nada em comum com o anarquismo, chegou a dizer-se “anarquista”, e por este simples fato, foram considerados dentro da “família” pelos Sintetistas. Foi esta classe de excessos que criticaram mais duramente os companheiros do Grupo de Anarquistas Russos no Estrangeiro, em seu rechaço a denominação fácil e indiscriminada, vazia de conteúdo e muitas vezes abusiva, do termo “anarquista”.<br /><br /><span style="font-style: italic;">Traducido por Jose Antonio Gutierrez Danton</span><br /><span style="font-style: italic;">Traduzido do espanhol para o português por LMF</span></div>Unknownnoreply@blogger.com1tag:blogger.com,1999:blog-5310273604071840917.post-36607750546394111162008-11-20T19:57:00.000-08:002008-11-20T21:48:29.921-08:00[ORL] I Encontro Libertário: Anarquismo e Movimentos SociaisEm dezembro irá ocorrer em Fortaleza (CE) um evento para discutir o anarquismo e sua inserção nas lutas sociais, organizado pela ORL. Abaixo segue a apresentação do encontro por parte dos anfitriões. <span style="font-weight:bold;">Para conferir a programação e ter maiores informações: <a href="http://encontrolibertario.blogspot.com">http://encontrolibertario.blogspot.com</a></span><br /><br /><span style="font-weight:bold;">I ENCONTRO LIBERTÁRIO:<br />ANARQUISMO E MOVIMENTOS SOCIAIS</span><br /><br />De 08 a 11 de dezembro, nós da Organização Resistência Libertária (ORL) estaremos realizando em Fortaleza o I Encontro Libertário: Anarquismo e Movimentos Sociais. O Encontro contará com a participação de militantes de organizações políticas anarquistas de várias cidades do país, militantes de movimentos sociais, pesquisadores e simpatizantes. Com esta iniciativa pretendemos criar um espaço para a troca de experiências e metodologias entre aqueles que atuam no sentido da construção de idéias e formas concretas de luta anticapitalista numa perspectiva libertária.<br /><br />Serão quatro dias de oficinas, debates, discussões, palestras, exposições, atividades culturais e encontros informais em torno de temas como anarquismo social, educação libertária, mídias independentes, movimentos semteto e luta pela moradia, ecologia social, movimento estudantil, organização libertária, resistência étnica, luta anticapitalista, etc.<br /><br />Acreditamos que a luta anticapitalista só pode avançar de forma conseqüente e duradoura se assumir radicalidade e dimensões sociais cada vez mais amplas. Neste sentido, pensamos que o anarquismo deve colocar-se como um elemento inserido e a serviço das lutas sociais, estimulando a autonomia, a ação direta, a combatividade e a democracia direta. Esta inserção não deve buscar de forma alguma dirigir ou submeter as lutas a interesses particulares, mas contribuir para que ultrapassem as reivindicações imediatas e assumam um caráter libertário, revolucionário e de superação da sociedade capitalista.<br /><br />Convidamos a todos e todas a participarem desse momento de encontro e conhecimento coletivo, e que possamos somar esforços e seguir dando passos mais longos e mais firmes no sentido de pensar e construir concretamente experiências de organização e de luta que se coloquem numa perspectiva libertária e anticapitalista.<br /><br />Os grandes só são grandes porque estamos de joelhos. Levantemo-nos!<br /><br /><span style="font-weight:bold;">Organização Resistência Libertária<span style="font-style:italic;"></span></span>Unknownnoreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-5310273604071840917.post-1076150487357947572008-11-20T19:17:00.000-08:002008-11-20T19:21:27.209-08:00[CDA] Quilombo dos Palmares: memória e luta ideológica<a onblur="try {parent.deselectBloggerImageGracefully();} catch(e) {}" href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjlBuHyQvSXTaOxvKnYaXnbpLZkg03qc6qcPQy6vz4YpMqnKSJSZrbOpxnIftDX_yZIKFxRuv34VZVD4NEm_asd2wrwWUEEol94xCC7iA6SvEjdyeqM5W-rtKBTBIUXs-M-8eEZB5W4695k/s1600-h/CDA+-+quilombo.jpg"><img style="float:left; margin:0 10px 10px 0;cursor:pointer; cursor:hand;width: 221px; height: 320px;" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjlBuHyQvSXTaOxvKnYaXnbpLZkg03qc6qcPQy6vz4YpMqnKSJSZrbOpxnIftDX_yZIKFxRuv34VZVD4NEm_asd2wrwWUEEol94xCC7iA6SvEjdyeqM5W-rtKBTBIUXs-M-8eEZB5W4695k/s320/CDA+-+quilombo.jpg" border="0" alt=""id="BLOGGER_PHOTO_ID_5270945270418878738" /></a> <br />CICLO DE DEBATES ANARQUISTA<br />-25/11 às 17:30h - Bloco 13/Ufal-<br />Tema: O significado de Palmares hoje: memória e luta ideológicaUnknownnoreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-5310273604071840917.post-6610235374071308002008-10-12T13:04:00.000-07:002008-10-12T13:07:15.776-07:00[CDA - Out/08] Mov. Populares Urbanos<a onblur="try {parent.deselectBloggerImageGracefully();} catch(e) {}" href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEh8HxuBXS0swmUVo6msQ4D_ll-e3hYyfFzgTiD6Z731jxgcEfNKC4JrD_iQatMuDuoaVUPIvNILxUauJKiQjuLGcHvqFGlBtvgpYGSsVf8lHXR5R5j1rRqQCGRM0ILrp6e586LwgJ0Nru-1/s1600-h/CDA+-+mov+populares.jpg"><img style="float:left; margin:0 10px 10px 0;cursor:pointer; cursor:hand;" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEh8HxuBXS0swmUVo6msQ4D_ll-e3hYyfFzgTiD6Z731jxgcEfNKC4JrD_iQatMuDuoaVUPIvNILxUauJKiQjuLGcHvqFGlBtvgpYGSsVf8lHXR5R5j1rRqQCGRM0ILrp6e586LwgJ0Nru-1/s320/CDA+-+mov+populares.jpg" border="0" alt=""id="BLOGGER_PHOTO_ID_5256361092024907250" /></a> <br />CICLO DE DEBATES ANARQUISTA<br />-14/10 às 17:30h - João de Deus/Ufal-<br />Tema: Movimentos Populares UrbanosUnknownnoreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-5310273604071840917.post-1236582368022948632008-09-22T19:05:00.000-07:002008-09-24T05:59:56.521-07:00[FAG] Na Bolívia se joga o futuro da América Latina<span style="font-weight:bold;">Solidariedade ao povo boliviano! Na Bolívia se joga o futuro da América Latina!</span><br /><br />Os acontecimentos que se sucedem em Bolívia deixam aos anarquistas organizados na FAG em sentido de alerta. O problema não é a defesa de um governo com perfil nacionalista e raízes indígenas.. O tema em pauta é a defesa incondicional da luta popular dos povos latino-americanos. Viemos acompanhando e tendo contatos orgânicos com os companheiros bolivianos desde o verão de 2003, portanto, antes da vitória popular na Guerra do Gás, antes da derrubada de Gonzalo Sanchez de Losada, antes da derrubada do presidente que o sucedeu Carlos Mesa e muito antes da vitória eleitoral do MAS.<br /><br />Desde aquele ano ficou nítido para a FAG que na Bolívia o jogo político era duro sem limites legais ou institucionais. A luta para a construção do Poder Popular tem várias vertentes, e no momento, o governo de Evo Morales e Álvaro Garcia Linera expressa parte da vontade popular em retomar a soberania definitiva sobre seu território ancestral. Evo não faz o que quer e nem governa com os banqueiros, como faz o ex-metalúrgico Lula. Hoje o país que derrotou o neoliberalismo dezenas de vezes se vê diante de seu maior desafio. O conjunto de povos e nacionalidades ancestrais do antigo vice-reinado do Alto Peru, as sociedades tradicionais quéchuas, aymaras, guaranis, tupis e dezenas de outras etnias, os descendentes vivos na mestiçagem das cidades, as heróicas resistências mineiras, cocaleras, de El Alto, de Cochabamba, o combate de rua em La Paz esquina por esquina derrotaram o inimigo diversas vezes. Este povo fez da organização do tecido social, da prática de justiça comunal e alianças de base o baluarte da derrota de um sistema de partidos políticos podres, corrompido com as experiências privatizadores dos anos '80; com pedras e dinamites venceu nas ruas o Exército que operou sob o comando do general traficante Hugo Banzer; no avanço da prática cooperativista contesta a presença nefasta de transnacionais do petróleo e derivados, incluindo a odiosa presença subimperialista brasileira no país hermano.<br /><br />Agora a luta é intestina e defronta a oligarquia da chamada Meia Luna, dominante nos departamento de Tarija, Beni, Pando, Chuquisaca e comandado pelos latifundiários da soja e narcotraficantes de Santa Cruz contra os interesses do povo. O governo de Morales é um alvo, mas a meta dessa gente é a destruição da organização popular e das alternativas indigenistas, das formas tradicionais e comunitárias de controle da vida social, da re apropriação popular do subsolo e das riquezas naturais. A dita luta por autonomia nada mais é do que a vontade política de uma oligarquia aliada das transnacionais, de um intento de golpe patrocinado pelo Departamento de Estado, CIA e DEA e financiado com o dinheiro roubado do povo boliviano. As multidões de homens e mulheres que lutam por "autonomia" são, em sua grande maioria, empregados, afiliados políticos e cabos eleitorais destes oligarcas.<br /><br />A situação de desobediência civil e não governo é enorme na Bolívia. Por esquerda, os protestos sociais são cada vez mais duros e as metas de reivindicações obrigam a Morales a fazer o que a maioria do povo organizado propõe. Mas, por direita, a oligarquia que também saiu vitoriosa no referendo revocatório dos governos nacional e departamentais, joga todas as suas forças no caos, no locaute e no bloqueio econômico. Eles não querem pagar impostos para o governo de La Paz, querem se apropriar das riquezas nacionais para si, da mesma forma que os bancos sugam nosso PIB e que a burocracia escualida chupava o sangue da Pedevesa venezuelana até a vitória do povo em abril de 2002. Companheiras e companheiros, na Bolívia hoje se luta uma batalha contra a oligarquia, batalha esta que faz parte da guerra do povo latino-americano contra os grilhões do imperialismo sob o manto macabro da globalização.<br /><br />Temos algo a aclarar. É preciso expressar que a FAG como organização não se filia na defesa de nenhum governo de tipo estatal ou burguês. Nosso apoio, desde há muito é para com o processo levado a cabo pelos povos que reivindicam a herança bolivariana e artiguista, é ao lado da vontade política das instituições sociais e entidades de base que peleiam arduamente contra a burocracia crescente na Venezuela e as vacilações típicas de dirigentes com carisma, mas sem a organicidade e a devida obediência ao povo como fazem os verdadeiros militantes socialistas. Enfim, nossa luta é ao lado da Conaie equatoriana, da Anmcla venezuelana, da COR heróica de El Alto e de todo o movimento popular da Bolívia.<br /><br />O impasse político do governo Morales deveria ser resolvido indo além das possibilidades legais. Existe uma esquerda popular muito mais à esquerda do que o recalcitrante vice-presidente Linera e dos burocratas de sempre oscilando entre as universidades latino-americanas e os governos com vernizes nacionalistas. À esquerda do MAS está a ex-guerrilha do Movimento E.G. Pachakuti, está a Coordenação Regional de El Alto, estão as instituições sociais de tipo Justiça Comunitária, existe um enorme tecido social organizado que não vai entregar o país e a terra ancestral para os herdeiros de Cortez e Pizarro.<br /> <br /><br />Outra Batalha de Ayacucho; outro Levantamento de 1809<br /><br />Em 1809, a valentia e a hombridade dos jovens bolivianos não reconheceram a pretensão de Carlota Joaquina de governar os vice-reinados. Esta decisão apontou o rumo da libertação da América no coração do Continente. A resposta realista veio rápida, quando o governador de Potosí, leal ao colonialismo, ocupou militarmente as cidades rebeldes. Em 1824, na Batalha de Ayacucho, a reação sai derrotada política e militarmente. A independência política não garantiu a libertação dos povos, com Poder Popular, Autogestão e Federalismo Político. Quase 190 anos depois e vivemos o mesmo embate. No avanço do poder do povo, na transformação do Estado nacional em espaço público e sob controle direto, no desmonte dos aparatos burgueses de regulação social, a direita aparece com toda a sua cara. Hoje é na Bolívia, em 2002 foi na Venezuela, por três vezes nos últimos 11 anos o povo do Equador derrubou um presidente, em dezembro de 2001 a garra argentina derrotou o neoliberalismo e todo o seu projeto de desmonte da vida em sociedade. Hoje a guerra dos povos latino-americanos rumo à sua libertação livra a Batalha na Meia Lua boliviana.<br /><br />Que a oligarquia saia derrotada!<br />Que a CIA-DEA-Departamento de Estado dos EUA saiam derrotados! <br />Que o povo boliviano ultrapasse os limites do governo nacional e avancem no rumo do Poder Popular!<br />Porque o neoliberalismo e o imperialismo são a mesma coisa imunda!<br />Porque o Poder Popular na América Latina se constrói na luta!<br />Toda a solidariedade ao povo Boliviano!<br />O futuro do país Hermano será quéchua, aymara, guarani, tupi e popular ou não será!<br />A América Latina nunca se rende!<br />Poder Popular, Autogestão Social e Federalismo Político!<br /><br /><br />Porto Alegre, 13 de setembro de 2009,<br /><br />Federação Anarquista Gaúcha (FAG) – Fórum do Anarquismo Organizado (FAO) – aliança estratégica com a Federação Anarquista Uruguaia (FAU).Unknownnoreply@blogger.com0